Cerca de 40 bancários iniciaram 2010 desempregados devido a medida unilateral do HSBC de promover demissões em várias regiões do país. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia são os estados que já confirmaram fechamento de agências e demissões junto ao banco inglês que segue na contramão do emprego.

A direção do HSBC informou que as agências encerraram as atividades porque estavam apresentando resultados negativos há bastante tempo. Foi confirmada pela empresa a extinção de quatro agências em Minas Gerais, três na Bahia e outras quatro no Rio de Janeiro. Segundo o banco, 70% dos funcionários estão sendo realocados.

A Contraf-CUT, juntamente com as federações e sindicatos dos bancários, vêm mantendo contato permanente com a diretoria do banco para discutir a situação dos funcionários demitidos que, segundo o banco, representam 30% do contingente das agências.

Simultaneamente às demissões, o HSBC Brasil aumentou seu capital em R$ 1 bilhão com envio feito pela matriz inglesa, contabilizando um total de R$ 15,5 bilhões. Segundo o presidente da instituição no país, Conrado Engel, "este recurso será suficiente para sustentar o crescimento do banco nos próximos três anos no país", diz.

"O banco pretende empregar o capital para crescer em três frentes: financiamento ao comércio exterior, crédito a pequenas e médias empresas e financiamento imobiliário para o cliente pessoa física", completa.

A estratégia do HSBC em extinguir agências no país foi tratada por Engel em matéria publicada no Jornal Valor Econômico. "O número de agências do banco será mantido ao redor de 900, mas neste ano o HSBC pretende fechar algumas deficitárias e abrir entre 20 e 30 agências do segmento Premier, que atende público com renda superior a R$ 8 mil mensais", diz.

Campanha de valorização dos funcionários

A Contraf-CUT estará lançando uma campanha permanente de VALORIZAÇÃO DOS FUNCIONARIOS DO HSBC. "Apesar de ser um dos bancos de maior expressão no mundo, no Brasil, o tratamento dado aos funcionários e clientes são um dos piores, como vêm comprovando através da liderança por dois anos seguidos de reclamações no Banco Central. Além disso, ainda atua com um dos salários mais baixos em relação ao mercado", afirma Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT e funcionário do banco.

Em Minas Gerais, quatro agências foram fechadas e 14 bancários demitidos, entre os municípios de Teófilo Otoni, Cataguases, Barreto (Belo Horizonte) e São João Del Rei. Todos cortados arbitrariamente, sem a possibilidade de remanejamento e negociação com as entidades sindicais, incluindo um dirigente sindical.

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No Rio de Janeiro já foram confirmadas nove demissões nas bases de Niterói e Sul Fluminense. Já na Bahia, 14 bancários perderam seus empregos. As cidades atingidas foram Santo Antônio de Jesus, Juazeiro e Candeias.

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"A sobrecarga de trabalho devido a falta de funcionários ocasiona uma série de doenças físicas e mentais relacionadas ao trabalho, o que também torna o atendimento aos clientes deficitário", afirma Siqueira. "Não iremos parar de denunciar esses abusos até que a direção do banco tome atitudes que realmente valorizem seus trabalhadores. Que não seja medidas somente paliativas, para "inglês" ver, conclui.

Fonte: Contraf-CUT

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