O Banco HSBC tem investido pesado no chamado segmento Premier, que atende clientes com renda superior a R$ 5 mil, ou com mais de R$ 50 mil em investimentos. O plano da instituição é fechar o ano com 100 plataformas de atendimento exclusivas a esse nicho de mercado e praticamente dobrar o número de contas, hoje na casa dos 200 mil.

"O banco tem o objetivo global de chegar a 6 milhões de clientes Premier em todo o mundo. Hoje são 3,5 milhões. No Brasil também seguimos essa meta e para isso precisamos reforçar nossa estrutura", afirma Ariel Rodriguez Laurnagaray, diretor do segmento Premier e de Alta Renda do HSBC.

A estratégia Premier é segue diretrizes globais do HSBC. Os espaços são iguais em todo o mundo, com atendimento bilíngue e personalizado. O banco quer aproveitar sua presença em 86 países para ganhar espaço no segmento de mais alta renda, especialmente agora que muitos estrangeiros sofreram com a crise. "O cliente é reconhecido em qualquer agência Premier espalhada pelo mundo. Ele chega e é atendido da mesma forma que seria aqui no Brasil. Pode ainda abrir um conta de forma muito mais rápida", afirma.

Esses espaços, construídos dentro das 930 agências tradicionais do banco, começaram a ser desenvolvidos em 2007 e hoje já são 80 espalhados pelo país. O Brasil tem a maior estrutura física entre os 40 países que contam com Premier ao redor do mundo. O Estado de São Paulo conta com quase metade das plataformas. Hoje são 38 e chegarão a 48 até o fim do ano. O peso maior se justifica pelo número de clientes. Dos 200 mil no Brasil, 105 mil são de residentes no Estado.

Rodriguez afirma ainda que os clientes Premier cada vez mais utilizam essas plataformas, seja para o relacionamento com o gerente, seja para aproveitar os serviços oferecidos. Um dos indicativos são as salas de reuniões disponíveis para os correntistas, que estão com os agendamentos muito mais concorridos.

Outro serviço que deverá ser bastante usado é a nova ferramenta que o HSBC está implantando para acompanhamento do ciclo de vida do cliente, chamada de Global Wealth Management (GWM), que irá auxiliar no mapeamento do cliente, suas expectativas e interesses, para poder direcionar melhor seus investimentos. Rosaline Marinho Nunes, superintendente do HSBC, conta que o banco está antecipando as mudanças que o segmento enfrenta. "Estamos entregando um serviço de gestão de portfólio muito mais profundo, que entenda as necessidades do cliente".

Fonte: Valor Econômico / Fernando Travaglini e Carol Carquejeiro