O HSBC está sondando seus acionistas sobre uma proposta de mudança nos planos de remuneração de seus executivos, pela qual seus principais banqueiros não poderão vender suas ações até a aposentadoria.

Conduzidos por John Thornton, presidente do comitê de remuneração do banco e ex-executivo do Goldman Sachs, os planos, da maneira como estão, preveem a avaliação da cúpula por uma faixa mais ampla de indicadores de desempenho, com ênfase no longo prazo.

As mudanças, que também incluem um corte nos valores máximos distribuídos, envolveriam um potencial teto na remuneração do executivo-chefe Stuart Gulliver de 12,5 milhões de libras (US$ 20,5 milhões), em comparação aos atuais 15 milhões de libras.

Os mesmos princípios se aplicariam a outros executivos da cúpula, embora ainda não esteja claro quantos estarão sujeitos aos planos.

Comparado à atual estrutura, que permite aos principais banqueiros ganhos potenciais de quatro vezes os seus salários com bonificações anuais, mais até sete vezes os salários por meio de um plano de incentivo de longo prazo, o novo esquema reduziria esses múltiplos para três e seis vezes.

O HSBC disse que a consulta junto aos maiores acionistas está em andamento e estará sujeita à aprovação dos investidores na assembleia anual de acionistas do banco, marcada para maio.

Thornton pretende ampliar o período de avaliação do desempenho de três anos para cinco anos, como acontece na maioria das empresas do Reino Unido. A proposta de não permitir a venda de ações até a aposentadoria dos banqueiros é uma versão de um esquema parecido implementado há sete anos no Goldman Sachs.

Alguns investidores vêm se queixando que os critérios pelos quais o desempenho será julgado não estão suficientemente claros.

Entretanto, iniciativas para ampliar a faixa de metas para além do retorno para os acionistas e as medidas de lucro foram bem-recebidos pelos investidores.

Hoje, o retorno para os acionistas é a principal medida usada para avaliar a remuneração, o que vem sendo muito criticado por encorajar o executivos a se concentrarem no desempenho de curto prazo das ações, falhando em alinhar seus interesses com os acionistas de longo prazo. Um acionista menor do banco disse que os principais acionistas são contra a iniciativa do "desempenho sob concessão" e poderão votar contra a proposta inteira.

Fonte: Financial Times / Masa Serdarevic e Patrick Jenkins