Na mesa de abertura do evento foi realizado o debate sobre “Democratização da comunicação: desafios do movimento sindical e rede colaborativa” com a professora Dr. Joana Berlamino (UFPB), Hamilton Rocha, ex-produtor da TVT, Walber Pinto, assessor de comunicação da CUT Nacional e Moreira Silva, da Associação Paraibana de Rádios Comunitárias (Apraço).

Com um panorama do direito à comunicação no Brasil, a professora Joana Berlamino, avaliou a influência parcial e tendenciosa dos meios de comunicação e criticou a cobertura que a mesma faz ao criminalizar os movimentos de esquerda e a luta da classe trabalhadora.

Para a professora Joana Berlamino, a voz dos meios de comunicação tradicionais não atende aos requisitos básicos da democratização da comunicação. “O direito à Comunicação é um alicerce básico do sistema democrático, mas o que vemos na mídia tradicional passa longe desse pressuposto.” criticou, salientando que, “sem a democratização da comunicação, haverá cada vez mais a concentração da mídia nas mãos de poucos”, avaliou.

Para ela, é necessário que os movimentos sociais se apropriem e avancem na comunicação contra hegemônica como forma de dar vez e voz à luta dos trabalhadores e dos movimentos populares.

De acordo com a secretária de Comunicação da CUT-PB, Lúcia Figueiredo, o evento se consolidou na agenda de fortalecimento da rede de coletivo de comunicação da CUT-PB. “Estamos propiciando um espaço que traz grandes contribuições para o enfrentamento aos obstáculos que existe na comunicação da Central, avançando e construindo as perspectivas de melhorias para essa questão, que tem como principal objetivo fortalecer a rede de coletivo da comunicação, construindo assim, uma Central cada vez mais forte”, explicou.

A tarde foi realizada a oficina “Estratégias de fortalecimento da rede de comunicação: trabalhando em coletivos” com Walber Pinto e Hamilton Rocha.  Eles discutiram a relação entre mídia e disputa de rede na audiência de conteúdo nas plataformas CUTistas.

De acordo com Walber Pinto, assessor de comunicação da CUT Nacional, as mídias sociais da Central têm garantido audiência e multiplicado o nível de acesso aos conteúdos. “A comunicação vem ganhando um formato mais inovador e o trabalho em rede tem criado um cenário promissor para a comunicação contra hegemônica dos movimentos”, disse.

Para o jornalista Hamilton Rocha, a TVT é o grande meio de comunicação do movimento sindical e precisa de apoio com a colaboração de todo o segmento. “Os sindicatos tem em mãos uma ferramenta de comunicação de esquerda altamente poderosa que é a TVT, a TV dos Trabalhadores, que é líder de audiência na cobertura das ações e lutas do movimento sindical”, afirmou.

O III Encontro de Comunicação da CUT-PB foi encerrado com os encaminhamentos para o Encontro Nordeste de Comunicação da CUT, que será realizado em Recife, ainda este ano.

Propostas de encaminhamento:

– Fortalecer a comunicação interna e externa da CUT com os sindicatos e a base;

– Criar um fundo de contribuição para o incentivo à comunicação de esquerda e popular, a exemplo da TVT;

– Propiciar condições de formação de comunicação à distância, a exemplo do FFCOM;

– Realizar oficinas de formação em comunicação aos assessores, dirigentes e comunicadores populares;

– Aprofundar o mapeamento sobre o cenário da comunicação junto aos sindicatos;

– Estimular a capacitação de mão de obra qualificada na área de assessoria de comunicação nos sindicatos;

– Mapear as atribuições curriculares dos assessores de comunicação dos sindicatos;

– Levantar as dificuldades de produção de conteúdo destinados à divulgação das ações nos sindicatos;