A empresa diz que já usou várias medidas e alega necessidade de “adequar os níveis de mão de mão obra às demandas de mercado”. O sindicato quer que as dispensas sejam canceladas e aceita discutir um novo programa de demissões voluntárias (PDV).
“A fábrica alega que desde 2015 vem enfrentando um cenário difícil e tem sido sustentada pela matriz. E diz que de lá veio a ordem de demissão. Ela alega também que não consegue mais manter trabalhadores em lay-off. Será mais uma negociação muito difícil, mas não será a primeira”, afirmou o coordenador do comitê sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta, durante assembleia realizada na manhã de quarta 16.
“A crise econômica que não melhora torna tudo ainda mais complicado, mas quando está tudo bem, quando a produção está alta, a fábrica também não quer pagar aquilo que nós merecemos. Não tem negociação fácil, mas não vamos abrir mão. Vamos insistir na busca de uma solução de equilíbrio”, acrescentou o sindicalista.
Na sexta-feira 11, os metalúrgicos interromperam atividades no setor de estamparia. O sindicato espera que até sexta-feira a Ford apresente uma nova proposta. “Caso contrário, faremos uma assembleia na segunda 21, com todos os companheiros, para definir as estratégias de luta”, disse Quixabeira.
Os trabalhadores atribuem as dificuldades à falta de novos produtos na fábrica de São Bernardo – o novo Fiesta, de 2013, foi lançado após mais de uma década de negociações entre metalúrgicos e montadora.
No início da semana, a Volkswagen reafirmou investimentos, incluindo a unidade de São Bernardo, que deverá receber dois novos modelos. “Essa notícia é ótima para a região”, afirmou o presidente do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, em entrevista ao jornal Tribuna Metalúrgica.