A produção industrial brasileira, que registrou a segunda alta consecutiva em fevereiro (1,5%), está cada vez mais próxima de zerar as perdas ocasionadas com a crise econômica. O nível atual de produção é semelhante ao que fora observado em maio de 2008. Em relação ao pico da indústria, registrado em setembro de 2008, a produção tem queda de 3,2%.

Em meio aos impactos mais expressivos da crise, em dezembro de 2008, a indústria chegou a registrar um tombo de 20,6% na mesma comparação, segundo dados da PIM (Pesquisa Industrial Mensal), divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre os setores da indústria, a produção de bens de consumo semi e não duráveis encontra-se 1,6% acima do nível constatado em setembro de 2008, puxada principalmente por alimentos e bebidas. A produção de bebidas, por exemplo, subiu 16,3% na comparação com o mês em que houve o estopim da crise econômica. No auge da crise, as perdas do setor chegaram a 8%.

"A produção de semi e não duráveis é mais ligada ao mercado interno, o que mostra a força da atividade doméstica durante a crise", afirmou o gerente de análises e estatísticas industriais do IBGE, André Macedo.

A produção de bens duráveis, que já havia recuperado as perdas em outubro do ano passado, retrocedeu desde então, e em relação a setembro de 2008, registra recuo de 0,7%. Em dezembro de 2008, a produção de duráveis apresentava queda de 47,6% sobre setembro daquele ano.

Atividade que ainda mais sofre com os efeitos da crise, a produção de bens de capital tem retração de 9,9% em relação a setembro de 2008, embora acumule 10 meses consecutivos de resultados positivos. No pico da crise, chegou a ter perdas de 28%.

A produção de bens intermediários tem retração de 1,3% na comparação com setembro de 2008. No auge da crise, essa queda chegou a 21,5%.

Influenciada pelos fracos resultados da industria no início de 2009, a produção industrial no acumulado do primeiro bimestre subiu 17,2% em relação a igual período no ano passado. Nessa comparação, trata-se do crescimento mais significativo desde o início da série histórica, em 1991.

Dos 27 segmentos avaliadas, 24 registraram crescimento no acumulado de janeiro e fevereiro, especialmente as produções de partes e peças para bens de capital (43,8%) e automóveis e caminhões (38,9%).

Em fevereiro, a atividade industrial avançou 18,4% ante período correspondente em 2009. É a maior variação, nessa comparação, para o mês de fevereiro, desde 1991.

O resultado de fevereiro mostra ainda que 72,1% dos produtos investigados pelo IBGE apresentaram expansão na produção. Desde 2003, quando o índice de difusão começou a ser medido, foi o maior percentual já registrado dentro da PIM.

Fonte: Folha Online / Cirilo Júnior

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