O governo divulgou ontem que conseguiu prorrogar até o fim de 2010 o acordo com os bancos que isenta o INSS dos custos bancários no pagamento dos benefícios. Esse acordo existe desde 2008. Em 2007, o governo gastou R$ 250 milhões com tarifas e, desde então, esses valores teriam subido com os crescimento da lista de beneficiários.
O governo divulgou também a lista dos dez bancos que poderão pagar os novos benefícios concedidos a partir deste mês. São eles: Caixa Econômica Federal, Bradesco, Mercantil do Brasil, Santander, Banrisul, Itaú Unibanco, Sicredi, Bancoob e Banco da Amazônia.
Ausência notada entre os grandes bancos pelo presidente do INSS, Valdir Simão, foi a do HSBC. Segundo a assessoria de imprensa do banco, o HSBC não se interessou pelo modelo de negócio proposto pelo INSS.
Segundo o Ministro da Previdência Social, José Pimentel, o leilão da folha de novos benefícios servirá como teste para se avaliar o estoque. "O leilão dos novos benefícios já é uma mudança de paradigma, mas é preciso cautela para uma contratação atípica (como a do estoque). A negociação do governo com os bancos não foi simples".
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) chegou a ameaçar interromper os pagamentos dos benefícios. Inicialmente, eles queriam apenas a prorrogação do sistema atual.
Segundo Pimentel, com o leilão dos novos benefícios, o governo conseguiu também transferir aos bancos a responsabilidade pelo censo dos beneficiários (a chamada prova de vida). O censo da Previdência Social foi feito apenas uma vez e não atingiu a totalidade dos beneficiários porque havia dificuldade de se checar aqueles que recebem pelo cartão magnético.
Em 2006, o governo gastou R$ 7,50 por pessoa para fazer o censo, que, por lei, deve ser feito, no mínimo, a cada cinco anos. Agora, o INSS espera minimizar fraudes como pagamentos a pessoas já falecidas.
Pelo acordo, os bancos serão obrigados a oferecer novos serviços gratuitamente aos beneficiários. Será enviado extrato mensal com os dados sobre pagamentos e descontos; haverá distinção entre os cartões dos aposentados e daqueles que não recebem 13º salário; e todos os beneficiários poderão transferir a renda mensal sem custo por TED ou DOC, como uma conta-salário.
Fonte: Valor Econômico / Danilo Fariello, de Brasília