A interferência política dentro da Caixa Econômica ficou ainda mais evidente no último dia 25 de janeiro, data da posse do novo Superintendente no Recife (PE), José Antônio da Silva. O ato de posse contou com a presença justificável do vice-presidente, Paulo Ângelo, e do superintendente nacional, João Vitor. Entretanto, também fez-se presente na Caixa – Agência Teatro Marrocos, o Senador da República, Fernando Bezerra Coelho, configurando abuso de poder.
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco tomou conhecimento da arbitrariedade por meio da divulgação da cerimônia nas redes sociais do referido senador. “Recebemos com indignação a confirmação da interferência política, que comprova o aparelhamento na Caixa com objetivo claro de promover o desmonte deste banco 100% público. Nem na ditadura militar um Superintendente era empossado por um político dentro das dependências da Caixa”, critica a presidenta do Sindicato, Suzi Rodrigues, que destaca ainda que a conduta arbitrária fere o Código de Ética da Caixa.
O vice-presidente da Caixa, Paulo Ângelo, que tem respaldado tal interferência política na estatal, é conhecido pelo entreguismo autoritário e de tomada de decisões a seu favor e em prejuízo da Caixa e de seus empregados. “O assédio moral tem sido praticado na Caixa, com muita pressão sobre os empregados. Sabemos que esta é uma orientação da direção da Caixa. Paulo Ângelo ascendeu à função de vice-presidente no governo Temer, com apoio de Geddel, mesmo após ter seu nome negado pelo Ministério da Fazenda por falta de conhecimento técnico, tendo sido revalidado pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que tanto prega pela meritocracia dentro da empresa. Vamos seguir denunciando e cobrar explicações da Caixa”, ressalta Suzi Rodrigues.
Paulo Ângelo é conhecido pelo escândalo do empréstimo da Rodrimar, quando na época ainda era superintendente, fato que lhe valeu a promoção para vice-presidente e estreitou laços com o Geddel Vieria Lima – que foi encontrado com 56 milhões em dinheiro e também conhecido dos escândalos políticos no governo Temer.
“Outro agravante, que reforça ainda mais a tese da interferência política na Caixa, é o registro de uma visita realizada pelo vice-presidente, Paulo Ângelo, ao senador Fernando Bezerra Coelho, antes da posse do Superintendente no Recife. E toda essa articulação espúria ocorreu em meio à votação para presidência do Senado. Não há dúvidas que este é um jogo de cartas marcadas, que coloca em risco a Caixa e os seus empregados”, concluiu a presidenta do Sindicato, Suzi Rodrigues.
Saiba mais como vem sendo feito o desmonte da Caixa e o porque o VP Paulo Ângelo é peça chave nesse processo:
Fonte: Seec – PE