A estratégia é destacada porque, tradicionalmente, o governo federal costumava promover amplos cortes de investimento em momentos de crise internacional, com cortes de orçamentos concentrados nessas aplicações. Para o instituto, a conduta governamental "inaugura uma nova fase de postura fiscal anticíclida apoiada na defesa da produção e do emprego, radicalmente diferente de períodos anteriores".
A referência é ao padrão de gestão do orçamento adotado a partir de meados da década de 1990 e início de 2000. Especialmente durante o governo Fernando Henrique Cardoso e no início do governo Lula. A mudança, porém, ocorreu com mais intensidade de 2006 em diante – quando os investimentos públicos representavam 2,9% do PIB.
Os R$ 137,4 bilhões usados na conta incluem a soma dos recursos aplicados tanto por estatais quanto pelas esferas do poder Executivo. "O mais correto seria levar em consideração também os investimentos das empresas estatais (sobretudo federais). Não menos importantes são as transferências de recursos da União para estados e municípios destinadas à realização de obras públicas", destaca o boletim Conjuntura em Foco, da Diretoria de Estudos e Políticas
A descrição dos investimentos por esfera de poder público foi definida pelo autor da aplicação. Os repasses da União a estados e municípios foram considerados investimentos destes entes da federação.
Os recursos das estatais responderam, em 2009, por 2% do PIB. Foram R$ 59,8 bilhões, contra R$ 18,7 bilhões de 2003 – três vezes mais. Evolução semelhante ocorreu com estados e municípios, alcançando R$ 57,7 bilhões aplicados.
Crescimento
Outro documento do Ipea divulgado nesta quarta, o Sensor Econômico, traz uma revisão das previsões de crescimento. A perspectiva para 2010 é de 5,5%, 0,3 ponto percentual a mais do que o apontado em fevereiro. A expectativa é de que o país mantenha a média de avanço de 4,5% ao ano de 2011 a 2015.
"Pela primeira vez no Brasil temos uma década inteira de crescimento nesse nível", sustenta o diretor de estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, João Sicsú.
Fonte: Rede Brasil Atual com Agência Brasil