O Itaú manteve o posto de banco mais lucrativo entre as grandes instituições privadas no primeiro trimestre deste ano, com ganho líquido de R$ 3,5 bilhões, bem acima dos R$ 2,7 bilhões do Bradesco e de R$ 2 bilhões do Santander. No entanto, o Bradesco teve rentabilidade maior no mesmo período e voltou a reduzir a distância do Itaú Unibanco em ativos.

Entre os meses de janeiro a março deste ano, o Itaú registrou ativos R$ 103 bilhões maiores que os do Bradesco, abaixo dos R$ 113 bilhões do período anterior. No mesmo período de 2010, a diferença estava em R$ 98 bilhões.

A rentabilidade patrimonial do Bradesco foi de 23,8% no primeiro trimestre do ano ante 22,7% do Itaú, considerando o indicador anualizado referente ao lucro contábil e calculado com base no patrimônio líquido médio. No primeiro trimestre do ano passado, o indicador do Itaú foi maior, de 25% ante 21,7% do Bradesco.

Comparando as duas maiores instituições financeiras privadas do Brasil, o Itaú está um pouco mais capitalizado, com Índice de Basileia de 16,1% enquanto o do Bradesco está em 15%. Esse indicador mostra quanto o banco pode emprestar no crédito sem comprometer seu capital. O mínimo que o Banco Central exige é de 11%. O Santander ainda tem, de longe, o melhor indicador, com 22,7%.

O Bradesco tem inadimplência menor que seu concorrente. No primeiro trimestre, o indicador para atrasos acima de 90 dias ficou em 3,6% no Bradesco em 4,2% no Itaú. Nos dois casos, a inadimplência parou de cair após vários trimestres de redução e ficou estável na comparação com o trimestre anterior.

Na oferta de crédito, o Itaú cresceu mais que o Bradesco na comparação anual (22% a 21%). Os dois bancos reforçaram as operações para pessoas físicas, que lideram o crescimento no crédito no período (29% nos dois bancos). Na comparação com o trimestre anterior, o Bradesco teve desempenho melhor, com aumento de 3,8% nos empréstimos, ante 3,4% de seu concorrente, considerando a carteira de crédito total, que inclui avais e fianças.

O Santander ficou com o pior desempenho no crédito entre os grandes bancos privados, tanto no trimestre como na comparação anual (crescimento de 2% e 19%, respectivamente). Na semana passada, o novo presidente do banco espanhol no Brasil, Marcial Portela, disse que o Santander quer se focar mais em serviços bancários (como distribuição de seguros, contas correntes e cartões) do que no crédito para crescer no Brasil.

Fonte: Contraf-CUT com Estadão – Altamiro Silva Júnior