
Das 46 agências da cidade, 24 já haviam sido autuadas anteriormente por não cumprirem a determinação municipal que exige a instalação de biombos entre os caixas. O prazo de adequações após a promulgação da lei foi de 90 dias, tendo vencido em outubro passado e depois prorrogado para que os banmcos cumprissem a lei ou recorressem para que a multa fosse invalidada.
Passado esse período, os bancos passaram a ser multados, sendo o Itaú o único que não teria cumprido as exigências. Agora, caso continue ignorando a lei, a multa por reincidência será no dobro do valor, sendo ainda automaticamente instaurado um processo administrativo de cassação do alvará.
Na primeira investida da prefeitura, algumas agências alegaram que o prazo foi insuficiente para se adaptar à lei e tiveram o tempo para adequação ampliado por mais 40 dias.
Para Ismael Xavier, que participou da fiscalização e que vinha respondendo até a semana passada como chefe do setor de fiscalização da Prefeitura, o objetivo da lei é nobre. "Ela proporciona segurança para que o cidadão realize suas transações e por isso foi realizada a fiscalização."
O projeto foi aprovado, sancionado e publicado no final de 2010, mas não estava sendo cumprido. A lei só começou a ser aplicada após pressão do Sindicato dos Bancários. Na primeira fiscalização, nenhuma agência possuía os biombos e todas foram notificadas, recebendo uma tolerância de 90 dias, que terminou dia 27 de agosto.
A lei determina que sejam instaladas divisórias entre os caixas e o espaço reservado para clientes que aguardam atendimento, proporcionando privacidade e segurança às operações financeiras. O tipo de material usado e o tamanho dos biombos não são especificados e podem seguir a decoração de cada banco.
Prevenção
A lei foi criada para evitar que clientes sejam vistos fazendo saques e depois acabem perseguidos e roubados. Durante o ano passado foram registrados na cidade dezenas de assaltos na modalidade "saidinha de banco".
Outra lei já proíbe o uso de telefones celulares no interior das agências. Mesmo assim, os assaltos continuaram a ocorrer. Isso porque o assaltante não precisa telefonar de dentro do banco. Para burlar essa lei, ele pode, por exemplo, seguir o cliente ou mesmo sair primeiro da agência para depois avisar o comparsa.
Com os biombos evitando que os clientes sejam vistos no caixa, a ação de olheiros de criminosos ficaria inviabilizada dentro das agências.
O autor da lei, o ex-vereador Silas Cuba (PT), acredita que a determinação evitará muitos crimes que acontecem porque o cliente faz saques elevados no caixa aos olhos de todos que estão no interior da agência. "Se houver um assaltante por perto, ele vê o saque e arquiteta o crime", explicou.
Outro lado
A reportagem do Diário tentou por várias vezes um contato ontem com a direção e a assessoria do Itaú. Porém, até o fechamento desta edição não foi dado um retorno sobre os motivos que impedem o cumprimento da lei.
Fonte: Contraf-CUT com Diário da Franca