"O Itaú está pisando na bola. As dispensas estão acontecendo sem que os funcionários tenham chance de se realocar ou se inscrever no Programa de Oportunidade e Carreira (POC). O Itaú dos comerciais da TV não é o Itaú do dia-a-dia. Os funcionários convivem com sobrecarga de trabalho e pressão pelo cumprimento de metas abusivas. Precisamos mudar essa realidade, que vem levando muitos colegas ao adoecimento", critica Jair Alves, diretor da Contraf-CUT e um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.
Na quarta-feira (9), os trabalhadores iniciaram uma nova série de manifestações para pressionar a direção do Itaú, denunciando a situação no banco aos clientes e à sociedade. Houve protestos em agências da zona leste da capital e no bairro do Cambuci, na região central.
Durante o ato, que abrangeu cerca de 700 bancários, os dirigentes sindicais distribuíram carta aberta à população, na qual relatam a política de demissões colocada em prática desde a fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008.
O diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Daniel Reis, ressalta a necessidade de todos os setores darem sua contribuição ao país gerando mais empregos. "Mas o Itaú está na contramão. Enquanto gasta rios de dinheiro em peças publicitárias, bancários vão ao trabalho sem saber se será seu último dia. É uma forma perversa de economizar com os trabalhadores".
Daniel aponta que, além das manifestações públicas, o Sindicato irá tomar outras medidas para que o Itaú cesse as dispensas. "Queremos a retomada do processo de negociação, mas só voltaremos à mesa se o banco suspender as demissões. Enquanto isso não ocorrer, os protestos irão continuar".
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo