Apesar do lucro de R$ 19,843 bilhões no primeiro semestre de 2024, o banco continua a fechar postos de trabalho e enfrenta críticas por terceirização e precarização das condições de trabalho
No primeiro semestre de 2024, o Itaú Unibanco atingiu um lucro líquido recorrente gerencial de R$ 19,843 bilhões, representando um aumento de 15,5% em relação ao mesmo período de 2023. No segundo trimestre de 2024, o lucro líquido gerencial foi de R$ 10,072 bilhões, uma alta de 3,1% em relação ao trimestre anterior. Esse desempenho foi impulsionado pelo crescimento da margem financeira com clientes, resultado de TVM, e redução das despesas com PDD e captação. A carteira de crédito do banco também cresceu, atingindo R$ 1,254 trilhões, com destaque para operações de crédito pessoal, veículos e imobiliário.
Apesar dos resultados financeiros robustos, a situação dos trabalhadores do banco se mostra preocupante. Valeska Pincovai, coordenadora da COE Itaú, expressou preocupação com a postura do banco em relação à manutenção dos postos de trabalho. “Com um lucro altíssimo desses, o banco tem condições de manter os postos de trabalho, aliás, criar novos ao invés de eliminar, como vem fazendo. Não precisa terceirizar e precarizar o trabalho como vem acontecendo em diversas áreas,” afirmou.
As declarações de Valeska destacam a contradição entre os lucros recordes e as condições de trabalho dos bancários. Segundo ela, “Este lucro é graças ao trabalho dos bancários e bancárias que vêm cada vez mais adoecendo nos locais de trabalho por pressão e metas abusivas.”
Além disso, Valeska chamou a atenção para a necessidade de uma responsabilidade social autêntica por parte do Itaú. “O Itaú pode fazer diferença valorizando seus trabalhadores, respeitando e principalmente atendendo as nossas reivindicações da Campanha Nacional, que são justas! O Itaú precisa ter responsabilidade social de verdade, e não somente apresentar nos comerciais de TV, para fazer para toda população brasileira acreditar que ele tem,” ressaltou a coordenadora da COE Itaú.
O relatório financeiro do Itaú revela que, apesar do crescimento da receita com prestação de serviços e tarifas bancárias, que somou cerca de R$ 24,405 bilhões, o banco fechou 1.785 postos de trabalho nos últimos doze meses. Ao final do segundo trimestre de 2024, a holding contava com 86.293 empregados no país e fechou 175 agências físicas em um ano.
Valeska concluiu afirmando que o banco precisa fazer sua parte para o crescimento do país, gerando mais empregos. “Passou da hora do banco fazer sua parte para o crescimento do país, gerando mais empregos,” disse. “Os trabalhadores do Itaú esperam que, diante dos resultados financeiros positivos, o banco adote uma postura mais favorável aos seus funcionários, promovendo a valorização e melhores condições de trabalho”, finalizou.
Fonte: Contraf-CUT