Medo e insegurança. Esses são os principais sentimentos vividos ultimamente pelos bancáriosda Bahia. De acordo com a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (FEEB), somente nos primeiros 15 dias de janeiro de 2012, nove agências já foram assaltadas, sendo duas em Salvador e sete no interior do estado, onde os assaltantes causaram pânico em clientes e bancários em cidades como Abaíra, Castro Alves, Santanópolis, Água Fria e Ubatã.

Em 2011, 49 assassinatos envolvendo bancos foram registrados em todo o país. Por mês, significa uma média de quatro vítimas fatais, aumento de 113,04% em relação a 2010, quando foram 23 mortes, de acordo com pesquisa nacional da Contraf-CUT e da CNTV.

Segundo o Sindicato de Bancários da Bahia, a carência de investimento na precaução de assaltos e sequestros é apontada como principal motivo para as mortes.

Os cinco maiores bancos em atividade no Brasil lucraram R$ 37,9 bilhões de janeiro a setembro do ano passado. As despesas com segurança e vigilância chegaram a R$ 1,9 bilhão, 5,2% em média, se comparado com os lucros.

"Os bancos precisam investir mais em segurança, tanto para os bancários, como para os clientes. No interior, a situação é ainda mais precária. São poucos policias e viaturas que fazem a segurança dos bancos. É preciso instalação de mais câmeras e vidros blindados", explica o vice-presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos.

Para o presidente da FEEB, Emanoel Souza, a violência psicológica, e muitas vezes física, contra bancários e clientes é ponto comum nas ocorrências registradas em 2012. "No interior do Estado, os bancários sofrem também com as ameaças constantes à segurança de suas famílias. Os bandidos costumam sequestrar a família do gerente ou tesoureiro para obrigá-los a abrir o cofre da agência."

"Tem crescido o número de bancários que estão com depressão e síndrome do pânico. Isso é um absurdo. Na próxima terça-feira (24) marcamos uma audiência com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) para que tomem medidas emergências e ofereçam mais segurança", destaca Emanoel.

Fonte: Contraf-CUT com Tribuna da Bahia