A edição desta quinta-feira, dia 24, do Jornal Nacional, na Rede Globo de Televisão, mostrou reportagem sobre o aumento do número de assaltos do tipo "saidinha de banco" em São Paulo. "Duas pessoas foram assassinadas", afirmou a apresentadora Fátima Bernardes.

As imagens apresentam quatro ocorrências nesta semana, na capital paulista, onde dois clientes foram mortos. Na terça-feira, André Luiz Dantas, de 32 anos, foi assassinado na saída de uma agência do Itaú e nesta quinta-feira o empresário Ali Murad, de 51 anos, que é irmão do deputado estadual Said Mourad (PSC), também perdeu a sua vida. O nome do banco não aparece com nitidez no vídeo.

A reportagem entrevistou somente uma testemunha e a polícia. A Globo perdeu uma boa oportunidade para ouvir representantes dos bancários e dos vigilantes. No final do ano passado, a Contraf-CUT e a CNTV lançaram um modelo de projeto de lei municipal contra a "saidinha de banco", propondo medidas para melhorar a segurança das agências, como a instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas e a colocação de divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos.

Além disso, uma nova lei estadual pode obrigar os bancos a colocar divisórias nos caixas (tanto nos eletrônicos quanto nos operados por funcionários), isolando quem faz saques dos outros clientes.

O projeto do deputado Vanderlei Siraque (PT) foi aprovado na terça-feira, dia 22, pela Assembleia Legislativa de São Paulo, e tem por objetivo evitar a ação de olheiros dentro das agências e posteriores roubos nas ruas, chamada de crime da "saidinha" dos bancos. Para virar lei, o projeto depende da sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

 
Veja a reportagem:
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Leia a íntegra do texto da reportagem do JN.

Nesta semana, clientes de bancos foram vítimas de quatro assaltos parecidos, em São Paulo. Duas pessoas foram assassinadas.

Do alto do prédio, um funcionário de um escritório registrou o momento seguinte a um assalto na Zona Sul de São Paulo. Os dois homens dominados por seguranças são ladrões, que tentaram roubar uma mulher, mas eles foram baleados por um bombeiro.

"Eles seguiram a mulher, tomaram o envelope dela, e o segurança do supermercado percebeu a ação e derrubou os dois da moto", revela o aposentado Cláudio Martins e Martinês.

A vítima foi uma mulher de 76 anos que havia acabado de descontar um cheque. Como nunca havia sido assaltada, ela saiu despreocupada do banco, atravessou a avenida e foi tomar um lanche. Na calçada, ela foi atacada por dois motoqueiros. Naquele instante, ela cometeu um erro: lutou com um dos bandidos. "A polícia orienta que jamais reaja. Patrimônio a gente recupera depois", orienta o major Marcel Lacerda Soffner, porta-voz da PM.

Esse foi o quarto caso esta semana em São Paulo de um crime registrado como roubo, mas popularmente chamado de "saidinha de banco", todos com violência.

Na terça-feira (22), um homem foi assassinado na porta da agência. A mãe dele sacou R$ 19 mil. Um ladrão que se passava por cliente avisou os comparsas do lado de fora. Eles cercaram o carro e atiraram. A única pista é a imagem das câmeras de uma empresa. Um ladrão fugiu de moto. Outro correu. No mesmo dia, mais um cliente foi baleado quando chegava ao banco para depositar R$ 11 mil.

Nesta quarta-feira (23), um comerciante foi morto na saída desse banco. Os ladrões atiraram e fugiram sem levar nada. Para a polícia, os clientes devem andar com menos dinheiro no bolso.

"Usar toda tecnologia necessária e disponível, fornecida pela instituição bancária aos seus clientes: internet banking, transferência bancária, cartões de crédito, holerites eletrônicos com cartões pra pagamento de funcionário. Tudo isso facilita e evita maiores problemas", aponta o major Marcel Lacerda Soffner.

Fonte: Contraf-CUT com Globo.com