O repórter Ernesto Paglia iniciou ouvindo a história de uma operadora de telemarketing, que teve um afastamento de três meses por problemas de saúde. De volta à ativa, barrada pelos chefes, ela recebeu um tratamento inesperado que parecia castigo, desempenhando tarefas fora da sua função. "Minhas senhas estavam bloqueadas e eu não tinha como trabalhar normalmente", disse. "Não está satisfeita, pede as contas, eles diziam", denunciou.
A advogada trabalhista Adriana Calvo explicou que assédio moral não é qualquer violência psicológica. Segundo ela, uma bronca, um berro, uma piadinha ou um apelido, se for pontual, não é assédio. Agora se for repetitivo, sistemático e habitual, do ponto de vista jurídico é assédio.
A reportagem observou que, nos últimos anos, os tribunais receberam milhares de queixas de assédio moral e pedidos de indenizações por parte de funcionários que se sentiram vítimas e, na maioria dos casos, eles obtiveram vitória.
Conforme o repórter, o acordo assinado foi negociado entre bancários e bancos ao longo de três anos e o sistema visa apurar denúncias de assédio moral no trabalho.
O negociador da Fenaban, Magnus Apostólico, afirmou que "cobrar resultado não é assédio. A forma de fazer essa cobrança pode se transformar em constrangimento e esse constrangimento pode se transformar em assédio".
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, manifestou a posição dos bancários. "Achamos que o melhor caminho é o caminho da negociação. Nós não queremos fazer um processo punitivo, indenizatório. Nós queremos fazer um processo em que a prevenção prevaleça e que a gente tenha um ambiente saudável para todos os bancários", declarou.
Ao final da reportagem, o apresentador William Bonner disse que há 12 projetos de lei sobre assédio moral tramitando na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.
Fonte: Contraf-CUT com Jornal Nacional