Por isso, diz ele, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, deve elevar hoje a Selic em 0,25 ponto porcentual, na reunião que termina hoje. Com isso, os custos dos financiamentos para empresa e consumidor devem continuar pressionados nos próximos meses.
A pesquisa mostra que, das seis linhas de crédito ao consumidor pesquisadas em maio, os juros subiram em todas, exceto no cartão de crédito, que manteve os encargos em 10,69% ao mês ou 238,30% ao ano. Ribeiro de Oliveira explica que os encargos nessa linha foram mantidos porque a taxa é a mais alta em relação a outras linhas de financiamento.
Já no caso das empresas, houve elevação de juros nas três linhas de crédito pesquisadas, com destaque para a conta garantida, que é uma espécie de cheque especial para empresas. Nessa linha, a taxa mensal subiu 2,50% de abril (5,60%) para maio (5,74%). Na média das três linhas para pessoas jurídicas, os juros aumentaram 1,77% no último mês, de 3,96% para 4,03%,
Medidas. Ribeiro de Oliveira diz que a elevação dos juros não surpreendeu porque reflete as medidas tomadas nos últimos tempos para conter o consumo e segurar a inflação que agora estão aparecendo nas taxas de juros cobradas de consumidores e empresas. Ele cita como exemplos o aumento dos depósitos compulsórios dos bancos determinado em dezembro do ano passado e a elevação do requerimento de capital das financeiras e bancos nas operações de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses.
Além dessas medidas, o Banco Central aumentou em 1,25 ponto porcentual a taxa básica de juros desde janeiro e subiu o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para captações externas e compras no cartão de crédito feitas no exterior.
Ao contrário do que se supunha, a apesar de todo esforço do governo para esfriar o consumo, bancos e financeiras continuam otimistas em relação ao crédito e não alteraram os prazos médios e máximos de financiamento ao consumidor.
Desde janeiro deste ano os prazos estão inalterados. No caso de veículos, o prazo máximo é de 60 meses e o médio está em 40 meses. Nas demais linhas de crédito a pessoas físicas, o prazo máximo é de 24 meses e o médio, de 12 meses.
Fonte: Márcia De Chiara – O Estado de São Paulo