O Credit Suisse e o UBS, os dois maiores bancos suíços, foram atingidos quase simultaneamente nesta semana pelas justiças da Alemanha e da França, suspeitos de fraude fiscal e lavagem de dinheiro, em outro duro golpe para a praça financeira helvética.

Número dois mundial na gestão de fortunas, o UBS recebeu a visita de investigadores do governo em sua sucursal de Bordeaux. É suspeito de ter instalado dupla contabilidade para dissimular movimentos de fundos entre a França e a Suíça. Funcionários do banco teriam também procurado clientes na França sem autorização.

A investigação é formalmente sobre fraude fiscal e lavagem de dinheiro, mas o UBS não se pronuncia sobre o caso.

Na Alemanha, o fisco deflagrou perquisição em milhares de clientes do Credit Suisse, suspeitas de fraude fiscal camuflando contas normais em produtos de seguros de vida, isentos de impostos, emitidos pelo CS Life, domiciliado nas Bermudas. A rigor, esses produtos não são ilegais, a menos que tenham servido para esconder capitais.

O Credit diz que os produtos foram vendidos corretamente. Por sua vez, advogados na Suíça veem uma evolução na Europa. "Mesmo produtos legais se tornam ilegais se o objetivo é de alcançar um objetivo que é ilegal", afirmou o fiscalista Philippe Kenel na Tribune de Geneve. Para a Associação Suíça de Bancos, é importante resolver "problemas do passado", ou seja, de fraude fiscal.

Por sua vez, um editorial do jornal "Le Matin", de Lausanne, intitulado "Os bancos, local de bandidos", relata uma pesquisa feita com banqueiros em Wall Street e em Londres, na qual um quarto deles estima que condutas desonestas ou ilegais são necessárias para ser bem sucedido no mundo das finanças.

Fonte: Valor Econômico / Assis Moreira

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