Crédito: Seeb São Paulo
O Sindicato dos Bancários de São Paulo fechou com chave de ouro a primeira semana de comemorações, protestos e debates pelo Dia Internacional da Mulher, com o lançamento da cartilha "Para um mundo melhor, relações compartilhadas" e um seminário com a professora Paula Loureiro.
O debate, realizado na manhã da sexta-feira 9, na sede da entidade, abordou a realidade das mulheres em casa e no mercado de trabalho.
A secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Deise Recoaro, que participou da mesa do seminário, parabenizou o Sindicato pela iniciativa. Ele destacou a importância da luta pela ampliação da licença-paternidade, como forma de reforçar as relações compartilhadas.
A palestrante fez citações sobre o assunto a partir das ideias de Alexandra Kollontai, uma das primeiras mulheres feministas marxistas da história, conhecida por ser a primeira no mundo a ocupar cargo no alto escalão de um governo, na Rússia, após a Revolução Proletária de 1917. Também ficou conhecida por suas ideias no campo da moral sexual, bem como por sua participação como líder da Oposição Operária.
Para Paula Loureiro, as ideias de Kollontai têm forte ligação com o tema relações compartilhadas, que para ela representa a raiz do problema da desigualdade entre homens e mulheres e deve ser discutido por toda a sociedade.
"Entregar uma cartilha sobre esse assunto aos trabalhadores significa dar a mão, ajudar a esclarecer, tornar o assunto público", disse a professora. "É uma semente, plantada agora, que vai crescer e o futuro nos mostrará o resultado desse debate", disse.
A troca de ideias ganhou ainda mais força com a participação de dirigentes sindicais bancários. A luta é por igualdade, e a participação de homens e mulheres para discutir o tema é essencial.
Segundo a palestrante, as pessoas evitam discutir relações compartilhadas por conta de o assunto mexer com valores antigos, com a educação muitas vezes conservadora e machista, em que homem e mulher têm seu lugar na família e atividade específicas para cada um: elas nas tarefas e na criação dos filhos e eles como provedores, no mercado de trabalho.
Direito
Um dos pontos do seminário foi sobre a avaliação que deve ser feita sobre os direitos das mulheres no campo legislativo. "Não acredito que tudo o que conquistamos no plano concreto será formalizado no campo legislativo. No entanto, sem dúvidas devemos usar o Direito para tentar fazer alterações pela igualdade, sem reforçar a condição de opressão da mulher", comentou Paula.
Programação continua
Durante o mês de março, uma série de reportagens serão publicadas na Folha Bancária e no site sobre a mulher na sociedade. No dia 21, será realizado o seminário Mulher e Mídia, Controle Social Comparado, com a psicóloga Rachel Moreno.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo