Nesta quarta-feira (20), em Serra Negra, a 142 km da capital paulista, a Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo deu início ao 12º Congresso Estadual (CECUT), com a promoção de oficinas e uma solenidade de abertura que reuniu dirigentes sindicais e governantes.

Por volta das 20h, uma mesa com 12 integrantes se formou sob aplausos de um plenário repleto de trabalhadores: Artur Henrique (presidente nacional da CUT), Sebastião Cardozo (presidente da CUT/SP), Adi Lima (secretário geral da CUT/SP), Clemente Lúcio (coordenador do Dieese), Emídio de Souza (prefeito de Osasco), Arlindo Chinaglia (deputado federal), Vanderlei Siraque (deputado estadual – SP), Roberto Felício (deputado Estadual SP), Edilson de Paula (secretário de emprego e renda de Mauá), Francisco Chagas (vereador de São Paulo), Sônia Coelho (Marcha Mundial das Mulheres) e Danilo Pereira da Silva (presidente da Força Sindical de SP) deram início ao evento.

Artur Henrique explorou o tema do 12.º CECUT – "Um novo modelo de desenvolvimento para São Paulo" – e defendeu a necessidade de estabelecer mecanismos que garantam a participação dos movimentos sociais no governo. "A participação da sociedade civil organizada deve ser uma política de Estado e não de governo. Isso também faz parte do debate sobre o desenvolvimento".

O presidente indicou também a importância de apontar os responsáveis pela crise. "Precisamos defender empregos, direitos, mas também denunciar os empresários oportunistas que se aproveitam da crise para demitir e depois, voltam a pedir empréstimo ao Estado". Para ele, é preciso investir em formação e comunicação para disputar a hegemonia na sociedade.

Sabastião Cardozo apresentou a necessidade de começar a discutir um novo projeto para São Paulo a partir das bases Cutistas. "Não podemos discutir um outro modelo de Estado se não houver um projeto de unidade muito forte dentro da CUT, que passa pelo setores público, privado, urbano e rural, além da parceria com outros representantes dos movimentos sociais".

Oficinas apontam principais desafios da Central

Por volta das16h, antes do pontapé oficial, a CUT/SP promoveu oficinas preparatórias para os debates que acontecerão até sábado (23). A primeira foi a da Mulher Trabalhadora. A mesa teve a participação do deputado federal Arlindo Chinaglia, autor do Projeto de Lei 3829/97, aprovado na Câmara e tramitando no Senado, que proíbe a demissão sem justa causa do trabalhador cuja esposa esteja grávida. "Nosso objetivo é proteger a criança, que não merece passar por um momento de instabilidade. Mas, também tentamos diminuir a desigualdade que existe entre homens e mulheres no mercado de trabalho", apontou Chinaglia.

Comunicação – Durante a oficina de comunicação sindical, o Secretário de Comunicação da CUT/SP, Daniel Reis, fez um balanço do mandato. "Nosso compromisso era popularizar a linguagem dos veículos dos trabalhadores e criar meios alternativos, fazer com que os Sindicatos entendessem a importância do diálogo com o grande público. Acredito que atingimos o objetivo com a criação do Jornal Brasil Atual, da rádio web, da Revista do Brasil, e agora, da Rede Brasil Atual".

Secretária Nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, sublinhou a importância da mobilização para estabelecer a democratização dos meios de comunicação. "O governo Lula não conseguiu intervir na forma como distribui os anúncios estatais, na maneira como ocorrem as concessões e renovações de outorgas para emissoras de rádio e TV e não conseguirá se não tivermos capacidade de pressionar para que isso ocorra".

Para Rosane, é preciso atuar na reestruturação da mídia e na construção de uma estrutura que dialogue com os trabalhadores. "Caso não consigamos estabelecer uma boa articulação, sairemos da Conferência Nacional de Comunicação sem propostas efetivas para defender".

Igualdade Racial, juventude e outros debates – Anatalina Teixeira, coordenadora da Comissão Estadual Contra Discriminação Racial (CECDR) ressaltou que o principal desafio é iniciar um processo de igualdade racial por meio de negociações coletivas. "Não queremos apenas os postos sempre destinados aos negros, de menor importância, mas também os cargos de chefia".

Para o Secretário de Formação da CUT/SP e um dos palestrantes da secretaria de juventude, Carlos Tadeu, a prioridade é investir em cultura e emprego. "Por um lado, não podemos tratar as ações da juventude como algo separado da Central como um todo, mas, por outro, temos que investir em temas específicos como cultura, educação e principalmente, o início da trajetória profissional pelos trabalhadores jovens, habitualmente marcada por trabalhos precarizados", avalia.

Outras três oficinas aconteceram nesta quarta: Organização no Local de Trabalho discutiu a reestruturação produtiva, regulação do trabalho, além da trajetória, dilemas e desafios para a CUT; Pessoas com Deficiência debateu cidadania e fez um resgate do coletivo no último período e Saúde do Trabalhador debateu a importância do movimento social e sindical na saúde do trabalhador e resgatou a campanha de valorização do SUS.

Grupos de trabalho

O CECUT segue nesta quinta-feira (21) com a realização de grupos de trabalho para definir estratégias, planos de luta e políticas permanentes dos temas gênero, LGBT, raça, juventude, saúde, pessoas com deficiência, formação, comunicação, política para o campo e relação da CUT com os movimentos sociais.

Fonte: Luiz Carvalho, CUT/SP

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