Na última sexta (11), no Dia do Advogado, além de confirmar presença na plenária da CUT Rio de Janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, junto com a ex-presidenta, Dilma Rousseff, do lançamento do livro “Comentários a uma Sentença Anunciada: o Processo Lula”, que aconteceu na Faculdade Nacional de Direito (FND).
A obra traça um panorama crítico da sentença proferida contra Lula pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Um grupo de mais de 120 especialistas da área jurídica reuniu em um livro artigos analisando a sentença da ação penal que resultou na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
“É uma expectativa de cometimento de crime, o que torna isso tudo muito frágil, porque não há prova nem da propriedade do imóvel e nem de transferência do dinheiro para conta alguma, o que traria uma dificuldade de comprovar o crime de lavagem de dinheiro e de corrupção passiva. Cito uma frase de Afrânio Silva Jardim: ‘Lula foi condenado por receber o que não recebeu e por lavagem de dinheiro que não lhe foi dado’.”, disse a professora de Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),Carol Proner, integrante da Frente Brasil de Juristas pela Democracia e uma das organizadoras da obra, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, à Rádio Brasil Atual, em julho deste ano.
“O juiz Sergio Moro e alguns procuradores da Força Tarefa transformaram a Lava Jato numa operação que usa o sistema jurídico e a mídia para perseguição política. É o que se chama de lawfare”, destacou o advogado do ex-presidente Cristiano Zanin Martins em seu artigo publicado na Folha “Lava Jato usa sistema jurídico e mídia contra Lula“.
Aos gritos de “Lula guerreiro do povo brasileiro”, o ex-presidente mandou um recado para o juiz Sérgio Moro. “Juiz que quer votar de acordo com a opinião pública, que ele mesmo fez junto com a mídia, tem que largar sua toga para ser candidato a Deputado Estadual”, disse Lula para mais de 500 mil pessoas que acompanharam ao vivo e para o auditório lotado da faculdade.
Dilma comentou sobre o livro e disse que é um instrumento de luta. Para ela, é importante que 122 juristas tenham colocado seus nomes. “É uma prova de coragem e de compromisso com o país”, afirmou a ex-presidente Dilma.
“O golpe no Brasil está sendo e será um processo que não começou em 17 de abril. Começou quando, por quatro eleições consecutivas, derrotamos o projeto neoliberal no Brasil. Empresários e representantes da mídia perderam esperança no processo eleitoral. Perderam o direito de pelo voto popular executar uma política neoliberal no Brasil. Disseram que meu afastamento colocaria a economia no lugar, nem eles mesmos acreditam nisso”.
Assista a fala na íntegra do ex-presidente no vídeo da “mídia alternativa” .