Já refeito da crise e completando um ano de parceria com o Banco do Brasil, o Banco Votorantim encerrou o quarto trimestre do ano com lucro líquido de R$ 300 milhões. O resultado é mais do que o dobro do apurado no mesmo período do ano anterior (R$ 128 milhões).

Metade desse valor já será contabilizado no balanço do quarto trimestre do BB, a ser divulgado no próximo dia 25 – em janeiro do ano passado, o BB chegou a acordo para pagar R$ 4,2 bilhões por 49,99% do capital votante e 50% do capital total do Votorantim. Indiretamente, o número agradou ao mercado. As ações do banco estatal registraram alta de 0,89%, contra 0,32% do Itaú e queda de Bradesco (0,62%) e Santander (0,54%).

Mas os ganhos com a parceria ainda não foram totalmente capturados, diz Milton Roberto Pereira, vice-presidente do Votorantim, já que o acordo só foi concretizado em setembro, com a aprovação do Banco Central.

Segundo ele, há no momento 22 frentes de trabalho conjuntas que envolvem mais de 100 profissionais das duas instituições para discutir estratégias de atuação. Entre os pontos estudados estão a entrada do banco no segmento de concessionárias de veículos para financiamento de carros novos e a venda de fundos do Votorantim na rede do BB.

A recuperação vista no quarto trimestre já indica uma tendência para este ano, afirma Pereira. O retorno sobre o patrimônio nos últimos três meses do ano atingiu 18%, acima dos 12% registrados na média do ano.

No acumulado no ano, no entanto, o lucro líquido fechou em R$ 801,7 milhões, queda de 11% sobre 2008. Parte dessa redução é explicada pelas despesas com provisão para calotes, diz Pereira, dado o aumento da inadimplência ao longo do ano. A parcela da carteira classificada entre AA e C representava 95,5% da carteira no fim do ano, piora em relação ao fechamento de 2008 (97,1%).

A carteira de crédito da instituição apresentou crescimento de 16% – incluindo avais e fianças – para R$ 53,5 bilhões. Destaque para o segmento de varejo, que inclui a BV Financeira e a BV Leasing, onde o avanço foi de 36,3%, para R$ 26,3 bilhões.

Para este ano, o crescimento do saldo deve ficar entre 30% e 40%, com algumas linhas, como consignado e pequenas e médias empresas, avançando ainda mais, afirma Pereira.

A Votorantim Corretora teve crescimento de 11% no volume de operações, atingindo R$ 49 bilhões transacionados. Já a Votorantim Asset Management teve avanço de 20% na carteira sob gestão, para R$ 21,8 bilhões.

 
Fonte:  Valor Econômico / Fernando Travaglini e Eduardo Campos

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