O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quinta-feira (30) medida provisória que garante o aumento do salário mínimo, de R$ 510 para R$ 540, a partir de 1º de janeiro de 2011.

Ao dar a informação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o aumento de R$ 30 do mínimo "é o primeiro dado positivo para o controle fiscal que pretendemos fazer" no governo Dilma Rousseff. Com o valor de R$ 540 "não teremos pressão tão grande sobre a previdência social", afirmou.

Ele comentou que o novo mínimo também vai ajudar a manter a inflação sob controle. "Em 2010, tivemos uma pressão forte, no início e no fim do ano, de aumento nos alimentos. Se tirarmos o grupo alimentício, teremos o IPCA deste ano abaixo de 5%", disse. "Para 2011, a inflação estará controlada", continuou Mantega, lembrando que o governo já tomou algumas medidas nessa direção, como as medidas de restrição ao crédito.

Nos seus oito anos de mandato, Lula cumpriu a promessa de realizar um aumento real do salário mínimo. Mantega justificou que o valor para 2011 não terá ganho real em função do PIB negativo de 2009 e destacou que, para 2012, já está garantido que o salário mínimo "terá um bom aumento real, de 7,5% ou 7,7%, correspondente ao PIB deste ano".

O ministro informou ainda que o presidente assinou outra medida provisória, a ser publicada amanhã no Diário Oficial, complementando as medidas anunciadas no início do mês para incentivar o financiamento de longo prazo, como a isenção de imposto de renda na emissão de debêntures.

CUT e Dieese lamentam decisão

Para o presidente da CUT, Artur Henrique, "essa decisão é ruim para a imagem do governo que sai e do governo que entra, mas é bem pior para o cotidiano de quem precisa do salário mínimo". A CUT e as demais centrais defendiam aumento para R$ 580.

"O governo Lula perde a oportunidade de terminar seus oito anos com a adoção de aumento real para o salário mínimo 2011, o que contradiz a relação desse mesmo governo com o tema", afirma.

"E o governo Dilma perde a oportunidade de começar com um aumento real para o salário mínimo, do qual dependem direta ou indiretamente 47 milhões de brasileiros. Não combina com o mote de sua campanha, o de erradicar a miséria no Brasil", acrescenta.

O Dieese também lamentou a decisão. Em oito anos de mandato, este é o primeiro em que não haverá aumento real. Estudo divulgado pelo Dieese nesta quinta-feira considera a medida um erro.

Fonte: Folha.com e CUT

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