Ele comentou que o novo mínimo também vai ajudar a manter a inflação sob controle. "Em 2010, tivemos uma pressão forte, no início e no fim do ano, de aumento nos alimentos. Se tirarmos o grupo alimentício, teremos o IPCA deste ano abaixo de 5%", disse. "Para 2011, a inflação estará controlada", continuou Mantega, lembrando que o governo já tomou algumas medidas nessa direção, como as medidas de restrição ao crédito.
Nos seus oito anos de mandato, Lula cumpriu a promessa de realizar um aumento real do salário mínimo. Mantega justificou que o valor para 2011 não terá ganho real em função do PIB negativo de 2009 e destacou que, para 2012, já está garantido que o salário mínimo "terá um bom aumento real, de 7,5% ou 7,7%, correspondente ao PIB deste ano".
O ministro informou ainda que o presidente assinou outra medida provisória, a ser publicada amanhã no Diário Oficial, complementando as medidas anunciadas no início do mês para incentivar o financiamento de longo prazo, como a isenção de imposto de renda na emissão de debêntures.
CUT e Dieese lamentam decisão
Para o presidente da CUT, Artur Henrique, "essa decisão é ruim para a imagem do governo que sai e do governo que entra, mas é bem pior para o cotidiano de quem precisa do salário mínimo". A CUT e as demais centrais defendiam aumento para R$ 580.
"O governo Lula perde a oportunidade de terminar seus oito anos com a adoção de aumento real para o salário mínimo 2011, o que contradiz a relação desse mesmo governo com o tema", afirma.
"E o governo Dilma perde a oportunidade de começar com um aumento real para o salário mínimo, do qual dependem direta ou indiretamente 47 milhões de brasileiros. Não combina com o mote de sua campanha, o de erradicar a miséria no Brasil", acrescenta.
O Dieese também lamentou a decisão. Em oito anos de mandato, este é o primeiro em que não haverá aumento real. Estudo divulgado pelo Dieese nesta quinta-feira considera a medida um erro.
Fonte: Folha.com e CUT