Lula explicou que, nas primeiras reuniões do G20, era o único chefe de Estado a se colocar disponível para receber representantes dos trabalhadores. O presidente comentou também sobre a importância da relação dos países membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e destacou também o apoio do governo federal a realizações de conferências tendo por foco os temas mais diversos.
"Queria dizer a vocês que tudo que está acontecendo no Mercosul é apenas o começo da reparação. Aqui acontece uma relação perfeita entre o governo e os movimentos sindical e social", afirmou Lula
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O presidente iniciou o discurso destacando que o trabalho digno "é a chave da coesão política e social de uma verdadeira democracia". Segundo ele, o trabalho decente não é apenas gerador de riqueza, mas "importante fonte de direitos que provê as famílias, integra a juventude, amadurece talentos e cria valores compartilhados, sem os quais é impossível dar sentido e dignidade à própria convivência humana".
"Nesse sentido, estou certo de que a centralidade da agenda de todos os governo mundiais – em especial em sociedades como as nossas, da América Latina – deve ser ocupada pelas medidas que visam a garantir postos de trabalho a amplos setores de sua população. E fazer com que o trabalhador possa exercer todos os seus direitos. Estou falando, enfim, de conduzir políticas públicas que gerem mais e melhores empregos", declarou.
Lula disse ainda que, com pouco mais de um mês para concluir o mandato, percebia ter "a singular oportunidade de comparecer a um evento que reúne algumas das principais bandeiras que defendemos durante os últimos oito anos". Ele disse que falava do emprego decente; da democracia participativa; e da convergência estratégica entre as agendas de governo e dos movimentos sociais do Brasil e da América Latina, sobretudo do Mercosul.
"O debate sobre as políticas públicas de geração de empregos e garantia de condições decentes de trabalho não pode excluir, em momento algum, os trabalhadores. A história já nos mostrou, afinal, que a força do trabalhador organizado e sua imensa capacidade de mobilização apontam os melhores caminhos para ultrapassar obstáculos que pareciam intransponíveis", afirmou.
Ainda no discurso, Lula contou que no Brasil, desde 2003, o governo atua no sentido de aprofundar e fortalecer institucionalmente a relação do Estado com os trabalhadores e amplos setores da sociedade. Ele contou que foram estabelecidas mesas permanentes de negociação, além de criar novos conselhos ncionais que tinham sido extintos. Por meio dos fóros, segundo assinalou, foi possível ao governo adotar uma política de valorização do salário mínimo.
"Não podemos esquecer que, mesmo antes da criação do Mercosul – que completa 20 anos daqui a quatro meses -, as centrais sindicais do Cone Sul já haviam se articulado regionalmente em torno das questões relativas ao mundo do trabalho", lembrou o presidente. "Hoje, os países do bloco, cada qual ao seu modo, voltam suas políticas públicas para a retomada do desenvolvimento e a superação das desigualdades sociais. Estas agendas passaram a permear as discussões das cúpulas presidenciais e resultaram em medidas inovadoras na área do trabalho e da migração, como é o caso do reconhecimento de diplomas e de direitos previdenciários, entre outros", completou Lula.
Fonte: Blog do Planalto