Ricardo Stuckert / Instituto Lula. Apoio popular a Lula em sua Caravana Pelo Nordeste foi respondido pelos golpistas com ataques

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva presta depoimento nesta quarta-feira (13), em Curitiba (PR), ao juiz Sergio Moro. Ele será ouvido na ação penal em que é acusado de ter recebido propina da Construtora Odebrecht na compra de um terreno que seria para o Instituto Lula, que a própria construtora comprou e vendeu sem nunca ter pertencido ao instituto. Na mesma ação, Lula é acusado de ser dono do apartamento vizinho àquele em que mora, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Segundo a denúncia do Ministério Público, essa propina seria contrapartida por favorecimentos da construtora em contratos com a Petrobrás.

Essa acusação é mais um pedaço da intensa perseguição movida contra Lula pela cúpula da Operação Lava Jato, com apoio e articulação da Rede Globo, com a deliberação prévia de condená-lo e tirá-lo da disputa eleitoral de 2018. Condenar Lula, Dilma e os principais dirigentes do PT é fundamental para a continuidade do golpe. Excluindo a esquerda e criminalizando a política, os golpistas ficariam com o caminho livre para seu objetivo final: retirar direitos históricos e dar um salto no padrão de exploração dos trabalhadores e da sociedade brasileira, com as reformas trabalhista e da previdência, além do estrangulamento do investimento público e das políticas sociais.

“Confissão” desmascarada

Lula, em seu depoimento, frente a frente de Moro, vai poder desmascarar a falsa “confissão” do ex-ministro Antonio Palocci, realizada perante o próprio juiz na quarta-feira passada (6) e repleta de contradições. O ex-ministro, para tentar se livrar da cadeia, mentiu deliberadamente, como aponta em detalhes o advogado de Lula, Cristiano Zanin, em vídeo divulgado via redes sociais (veja abaixo).

As mentiras de Palocci, porém, não conseguiram se sustentar de pé, como mostraram diversas análises de seu conteúdo. A grande mídia golpista, porém, preferiu tratar a delação do ex-ministro como necessariamente verdadeira e destruidora de qualquer esperança de que Lula não seja condenado pela Lava Jato. Mais que isso, os jornalões e a Rede Globo já falam de Lula como se ele já estivesse fora do páreo de 2018.

 

Apoio esolidariedade

Em apoio ao ex-presidente, a Frente Brasil Popular realizará um ato a partir das 15h, na Praça Generoso Marques, no centro da capital paranaense.

“Eles só querem inviabilizar a candidatura de Lula pois sabem que, se Lula concorrer, irá se eleger presidente, por vontade do povo. Portanto, eles querem criminalizá-lo em um processo arbitrário e sem provas. Ele tem direito de ser candidato. Eleição sem ele é fraude”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, em sua conta no Twitter.

A segunda “Jornada de Luta pela Democracia” terá mais dois eventos que estão previstos na programação. Às 16h30, será realizada uma aula pública sobre os métodos utilizados pela Operação Lava Jato. A atividade terá a presença do ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, do sociólogo Emir Sader e do senador Roberto Requião (PMDB-PR), entre outras lideranças políticas.

Na sequência, haverá novo lançamento do livro Comentários a Uma Sentença Anunciada: O Processo Lula, publicado pelo Projeto Editorial Práxis. A obra, organizada por juristas, traz argumentos técnicos relativos à primeira sentença de Sergio Moro contra o ex-presidente.