Líder de origem sindical, com histórico de luta contra a ditadura militar (1964-85), futuro mandatário já presidiu o país de 2003 a 2010

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77 anos, venceu a eleição presidencial deste domingo (30), em segundo turno, com 60.345.999 votos válidos, ou 50,9% do total. Com a posse, em 1º de janeiro de 2023, Lula, que iniciou sua atuação política como líder sindical do setor metalúrgico no ABC paulista, liderando movimentos de resistência à ditadura militar (1964-85), será o primeiro brasileiro a conquistar, pelo voto direto, um terceiro mandato para o cargo em toda a história da República. Os dois mandatos que ele já cumpriu foram de 2003 a 2006 e de 2007 a 2010.

“Trata-se de uma vitória da democracia, dos direitos trabalhistas, das mulheres, da luta em defesa das estatais, do combate à fome e a miséria, em defesa do meio ambiente, da liberdade e da equidade”, avaliou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

O outro candidato, Jair Bolsonaro (PL), obteve 58.206.354 votos, ou 49,1%, e se torna o primeiro presidente no exercício do cargo a não conseguir a reeleição, desde que essa possibilidade passou a vigorar, nas eleições de 1998. No primeiro turno, Lula havia tido 48,43% dos votos válidos, contra 43,2% de Bolsonaro.

Logo após a proclamação do resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente eleito foi cumprimentado por lideranças políticas nacionais, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a senadora Simone Tebet, que disputou as eleições e ficou em terceiro lugar no primeiro turno. Também parabenizaram Lula diversos líderes internacionais, como os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, da França, Emmanuel Macron, do Chile, Gabriel Boric, e da Argentina, Alberto Fernández; e os primeiros-ministros de Portugal, António Costa, e da Espanha, Pedro Sánches. No conjunto, as mensagens ressaltam que o Brasil reafirmou a opção pelo processo democrático e que as eleições foram limpas e transparentes.

Nos próximos dias, o presidente eleito deve indicar a equipe de transição, e terá até o fim de dezembro para sistematizar informações técnicas sobre a situação atual do governo federal e preparar as primeiras medidas do novo governo.

Fonte: Contraf-CUT