Modelo de gestão que prioriza metas deixa bancários à mercê de cobranças por vezes agressivas
O assédio moral no trabalho é a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes, constrangedoras e recorrentes durante a jornada e no exercício de suas funções. Esse tipo de ataque é mais comum em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados. A relação da vítima com o local de trabalho acaba sendo desestabilizada, forçando-a até a desistir do emprego.

O modelo de gestão predominante nas instituições financeiras, que valoriza a cobrança por metas abusivas, cria um ambiente propício para o assédio moral. O resultado se configura em milhares de trabalhadores adoecidos, deprimidos, afastados do trabalho. O Sindicato mantém luta constante contra o assédio moral.

Em 2008, houve uma série de iniciativas e o tema foi um dos principais enfoques da Campanha Nacional. Pautado pelos trabalhadores, o assunto foi discutido em mais de uma rodada de negociação, mas os patrões, na última hora, não permitiram a inclusão de uma cláusula de combate ao assédio na convenção coletiva. Por isso, em 2009 a luta continua com o lançamento de uma nova campanha para denunciar e debater o assédio moral nos bancos.

Reabilitação – A reabilitação profissional também foi tema da pauta dos trabalhadores em 2009. A preocupação com a preparação do local de trabalho para receber de forma adequada bancários que voltam do afastamento causado por doença ocupacional foi motivo de protestos e pressão nas negociações.

O secretário de Saúde do Sindicato, Walcir Previtale, ressalta que em 2009 a entidade dará continuidade à luta para que os bancos atendam à reivindicação dos bancários por isonomia de direitos aos trabalhadores em licença saúde. "Vamos cobrar dos bancos que invistam mais em prevenção e que, de fato, cumpram a legislação em saúde e segurança no trabalho."

Balanço – A categoria bancária é uma das que mais sofre de doenças causadas pelo trabalho, como transtornos mentais causados pela pressão, pelo medo, e as lesões por esforço repetitivo (as LER/Dort). Daí a importância da Secretaria de Saúde do Sindicato, que atende os bancários adoecidos ou em busca de informação sobre o tema e que em 2008 promoveu uma série de ações.

Um vídeo-denúncia sobre a saúde do bancário foi lançado no dia 24 de novembro. As imagens e relatos falam do terror em que se transforma a vida de quem adoece e a falta de responsabilidade dos bancos em relação ao problema.

Essa produção só foi possível graças à força e a coragem de trabalhadores como os que se reúnem no coletivo de Ação Solidária em Saúde: bancários adoecidos, afastados ou não do trabalho, e sindicalistas que juntos buscam soluções e compartilham dramas, dores, histórias de vida, e contam com a orientação de profissionais de saúde. O grupo continua a todo vapor em 2009. Para participar basta procurar a Secretaria de Saúde que fica na sede do Sindicato (Rua São Bento, 413, Martinelli), ou ligar para 3188-5200.

Vale lembrar, ainda, a luta pela manutenção do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), pelo fim das altas programadas, as manifestações no Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º de dezembro), e das vítimas de acidentes e doenças do trabalho (28 de abril).

Fonte: SEEB – SP / Cláudia Motta

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