Com o mote “Por Democracia e Direitos dos Povos”, os manifestantes repudiavam o golpe e defenderam a democracia, denunciando as políticas neoliberais adotadas pelo presidente ilegítimo Michel Temer e pelo governador José Ivo Sartori, ambos do PMDB. Também condenaram a ascensão do conservadorismo em grande parte do mundo.
Ainda na concentração, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, disse que os movimentos sociais estão lutando contra o golpe e contra os ataques aos direitos dos trabalhadores, como é o caso das reformas trabalhista e da Previdência.
O ex-ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, acompanhou a caminhada e garantiu que este “é um momento de reafirmar a resistência democrática e o respeito aos direitos sociais”.
Conforme Rossetto, no Brasil é fundamental derrotar o golpe, recuperar a democracia e o respeito ao voto popular. “É preciso convocar novas eleições e rediscutir o país”. Para ele, “é um momento de grande unidade dos movimentos sociais para derrotarmos a direita e para que possamos novamente reconstruir o nosso país”, acrescentou ele.
A detenção do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, sob a acusação de desobediência civil durante uma ação reintegração conduzida pela Polícia Militar na ocupação Colonial, na zona leste de São Paulo, foi repudiada em diversos momentos da marcha.
O ato pela Democracia não foi realizado no Largo Zumbi dos Palmares. Grupos de Rap e Hip-Hop fizeram apresentações musicais, seguidas de manifestações da CUT e CTB em defesa das leis trabalhistas e da Previdência, evidenciando a importância da resistência.
Diretor executivo da CUT Nacional e integrante da Comissão Internacional do Fórum Social Mundial, Rogério Pantoja, parabenizou a realização da marcha. “É um momento de resistir e manifestar toda a nossa solidariedade aos que estão sofrendo repressão neste momento e que resistem de norte a sul do país contra a retirada de direitos”, disse ele.
Pantoja destacou o desmonte do estado, promovido pelo governador José Ivo Sartori. “Os gaúchos que resistem bravamente aos ataques do Sartori são exemplo para todo o país”, frisou.
O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, acredita que “é necessário continuar nas ruas para denunciar esse golpe, que pretende acabar com nossos direitos. Querem a todo custo implementar as reformas que nos atacam e impor o negociado sobre legislado”, denunciou. Segundo Adilson, “o futuro será muito mais difícil se não disputarmos um projeto capaz de romper o neoliberalismo”.
Encerrando o ato e a marcha, o representante da ABONG e articulador do Fórum, Mauri Cruz, citou os principais eventos da programação e convidou a todos a se dirigirem para o Parque da Redenção, onde teve show com o rapper Moysés, integrante dos grupos A286 e Facção Central.