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Além dos toques de calcanhar, o ex-jogador notabilizou-se também por sua participação em movimentos como pela democratização do futebol e pelas Diretas já!

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, mais conhecido como Sócrates, também chamado de doutor ou de Magrão. Um verdadeiro craque de bola, mas mais do que isso, craque de cidadania, que completaria 62 anos nesta sexta-feira, 19 de fevereiro.

Aos 16 anos, começou a jogar no time juvenil do Botafogo Futebol Clube, de Ribeirão Preto. Aos 17 anos, ingressou na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e continuou a jogar pelo Botafogo. No final de 1973, decidiu se profissionalizar como jogador, mas sem abandonar o curso de medicina, que conclui em 1977.

Só por isso, Sócrates já merecia ser lembrado. Mas ele foi além. Sócrates sempre manteve uma ativa participação política, tanto em assuntos relacionados ao bem-estar dos jogadores quanto aos temas correntes do país. Na década de 1980, participou da campanha Diretas Já (1983- 1984) e foi um dos principais idealizadores do movimento Democracia Corintiana (1982- 1984), que reivindicava para os jogadores mais liberdade e mais influência nas decisões administrativas do clube. Por suas atividades e opiniões políticas, chegou a ser “fichado” pela ditadura militar que oprimia o Brasil na época juntamente com seu colega de equipe e grande amigo, Casagrande.

Sócrates foi a única unanimidade em uma pesquisa realizada, em 2006, pela Revista Placar para escolher o “time de todos os tempos” do Corinthians. Novamente, foi a única unanimidade, em uma pesquisa com especialistas, para escolher os dez maiores ídolos da história do Corinthians. Foi eleito, em 1983, o melhor jogador sul-americano do ano e incluído pela FIFA, em 2004, na lista dos 125 melhores jogadores vivos da história. Era também considerado pela mídia especializada (CNN, World Soccer e Placar) como um dos grandes jogadores de todos os tempos.

Era um atleta reconhecido por seu estilo elegante. Uma característica do jogador que marcou sua passagem pelo futebol foi a sua habilidade no uso do calcanhar. Mas era um jogador completo, marcava gols de falta, de cabeça e fora-da-área com frequência. Dava assistências perfeitas para seus companheiros marcarem muitos gols.

Em fevereiro de 2015, em seu tradicional quadro “The Joy of Six”, o jornal britânico The Guardian elegeu Sócrates como um dos seis esportistas mais inteligentes da história (ele é o único futebolista da lista). Para entrar nesta lista, o jornal levou em conta currículos que extrapolaram campos e quadras, tendo uma atuação preponderante em suas áreas e fora delas.

Fonte: Contraf-CUT