A falta de presença do Bradesco no item segurança bancária causou mais uma vítima nos últimos dias, desta vez em Estrela de Alagoas. Um funcionário do Posto de Antendimento Avançado (PAA), que era forçado a carregar chave, transportar numerário e ficar sem qualquer proteção dentro do posto, foi rendido e levado por assaltantes até o município pernambucano de Garanhuns. No trajeto, além de sofrer inúmeras ameaças de morte e ficar sob a mira de revólveres, ele teve seu carro, aliança, relógio e outros pertences levados pelos assaltantes.

Os marginais dominaram o bancário dentro do PAA, onde ele ficava sozinho, sem sistema de segurança e vigilância. O Bradesco sabe que negligenciar a segurança e utilizar bancário no transporte de valores é ilegal, mas não está nem aí para a legislação. Além das denúncias que responde na Polícia Federal, já foi condenado diversas vezes pela Justiça do Trabalho devido a essa prática irregular. A última vez foi no Mato Grosso, onde terá de pagar R$ 500 mil de indenização aos empregados por danos morais coletivos. Essa decisão, proferida pelo juiz Ivan Tessaro, da Vara do Trabalho de Colíder, acrescenta multa de R$ 100 mil por cada vez que o banco voltar a usar bancário no transporte de numerário.

Varias decisões da Justiça punindo o Bradesco foram provocadas pelo Ministério Público do Trabalho, que tem agido de forma rápida e contundente em alguns estados, instaurando ações civis públicas contra o banco. Foi o que ocorreu este ano, por exemplo, em Vitória da Conquista, onde o juiz da 1ª Vara do Trabalho, Sebastião Martins Lopes, dando sequência à ação do MPT, condenou a instituição financeira a pagar multa de R$ 10.000,00 a título de danos morais por cada vez que seus empregados sejam obrigados a transportar numerário. O mesmo valor tem de ser pago a título de multa para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

No caso de Alagoas, o Sindicato já denunciou o Bradesco em várias instâncias, inclusive na Polícia Federal, que exigiu do banco a contratação de empresa especializada para realizar o serviço. Mas os problemas envolvendo bancários não cessam, porque em algumas localidades, gestores continuam exigindo dos subordinados que pratiquem a irregularidade às escondidas.

O Sindicato, ao tempo em que se solidariza com o bancário assaltado e coloca sua estrutura à disposição do colega, avisa que não irá se dobrar à prática delituosa do banco. "Estaremos presentes cada vez que a empresa reincidir, para exigir o cumprimento da lei, a punição dos órgãos competentes e o respeito à vida e aos direitos dos bancários", disse Miriam Albuquerque, diretora da entidade.

O diretor Márcio dos Anjos lembra que há um mês, durante as negociações da campanha salarial em São Paulo, o presidente do Sindicato, Edmundo Saldanha, denunciou o transporte irregular de valores ao vice-presidente de Recursos Humanos do banco, Sr. Bueno, e ao diretor de Relações Sindicais, Sr. Geraldo Gandro, cobrando providências imediatas dos dois. Mas parece que ambos "não moveram uma palha" para resolver o problema, porque o assalto em Estrela de Alagoas se deu na área da agência Palmeira dos Índios, justamente a que foi denunciada para a cúpula do banco.

Fonte: Seeb AL

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