computadores_na_rua.jpg
computadores_na_rua.jpgSindicato coloca fileira de computadores para que a população pudesse mandar e-mails para deputados e senadores – O casal Leonardo dos Santos e Janaina Palmeira de Souza está prestes a ter o terceiro filho. Ela é recepcionista, mas não está trabalhando. O emprego de técnico de manutenção de Leonardo é a única fonte de renda do casal. "Se eu tivesse a segurança de que não seria dispensado, estaríamos vivendo muito mais tranqüilos neste momento tão especial", diz ele.

Assim como as mães têm estabilidade no emprego quando estão grávidas e logo após o nascimento dos filhos, os pais também precisam ter garantias de que não serão dispensados. Essa importante reivindicação dos trabalhadores já está contemplada num projeto de lei (PL 3829) do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que tramita no Congresso Nacional desde 1997. Isso mesmo, há doze anos. Só não saiu do papel por conta do lobby dos empresários e da ação dos partidos que representam a elite brasileira.

Para pressionar o Congresso Nacional, o Sindicato dos Bancários colocou uma fileira de computadores em frente à sua sede, o Edifício Martinelli, na Rua São Bento, para que a população pudesse mandar mensagens para deputados e senadores, nesta quarta, dia 4. "Essa estabilidade para o pai é de extrema importância para dar segurança e tranqüilidade para toda família. Isso com certeza vai refletir na saúde das crianças. Todos os trabalhadores devem pressionar o Congresso Nacional pela aprovação da lei porque os patrões já estão pressionando contra", explica Elaine Cutis, diretora do Sindicato.

A bancária da Caixa, Simone de Toledo Lamas, estava passando em frente ao Sindicato assim que o ato começou e foi a primeira a enviar e-mail para os parlamentares. Ela acredita que a estabilidade para o pai é uma questão social e que pode até diminuir o número de menores abandonados.

O podólogo Edézio Carlos Gonçalves também aproveitou os computadores do Sindicato para mandar seu recado para o Congresso. Para ele, os empresários ganharam muito dinheiro no Brasil nos últimos anos e podem oferecer essa garantia aos trabalhadores.

Licença-maternidade maior – Além da estabilidade do pai, o Sindicato também está em campanha para que os bancos cumpram a lei facultativa que aumentou a licença-maternidade para seis meses. A bancária Simone tem três filhas e conta o sacrifício que foi para separar-se das meninas quando teve de voltar para o banco, ao fim da licença-maternidade. "Elas mamavam o dia inteiro, mas quando a licença acabou, tive que colocá-las numa creche. Em pouco tempo, elas desmamaram, mas sabia que aquela ainda não era a hora", disse.

A sindicalista Elaine Cutis lembra que os dois meses a mais de licença-maternidade não trazem nenhum ônus para os bancos, que podem abater esse período extra do imposto de renda. O Sindicato dos Bancários já deu o exemplo e ampliou a licença-maternidade de suas funcionárias para seis meses.

Próximas atividades – A campanha do Sindicato pela estabilidade do pai e pela ampliação da licença-maternidade continuará durante todo mês de março, mês das mulheres. Os próximos atos serão realizados nesta sexta-feira, dia 6. Às 8h30, o Sindicato estará no Ceic do Itaú. Às 11h30, é a vez da Cidade de Deus do Bradesco. No sábado, dia 7, às 9h, haverá uma caminha em Osasco, com concentração em frente ao Plaza Shopping. No domingo, Dia Internacional da Mulher, os trabalhadores farão ato unificado na Avenida Paulista, às 10h, com concentração na Praça Osvaldo Cruz. A marcha terminará no Parque do Ibirapuera.

Fonte: SEEB – SP / Fábio Jammal Makhoul

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