Aproveitando a oportunidade para enaltecer o ritmo de expansão do PIB, "o maior ciclo de expansão da economia nos últimos 30 anos", o ministro afirmou que a economia brasileira "não tem medo de crescer", mas que o país tem de ir "devagar para não atropelar" um crescimento sustentado. "A virtude do nosso crescimento é que é equilibrado. Se crescêssemos a 10% ou 11%, geraríamos desequilíbrios. Entre 5% e 5,5% é um patamar satisfatório para a economia", disse, ao comentar se o Brasil poderia crescer em ritmo chinês.
Com relação ao nível de endividamento público, tema da CPI, Mantega afirmou que "não é pecado ter dívida pública". Ele completou dizendo que a situação hoje é diferente do passado, quando a dívida externa era "um sério problema para o país, nos deixava de mãos atadas, à mercê dos credores internacionais, seguindo ordens, uma coisa vexaminosa".
Também presente à audiência, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles fez uma rápida apresentação sobre a trajetória cadente do custo da dívida pública. O Brasil fez "uma inversão de um ciclo vicioso para um ciclo virtuoso" na economia. "Uma política econômica deve ser medida pelos resultados. Não se pode analisar apenas itens pontuais", afirmou, ao discursar sobre a melhoria dos indicadores macroeconômicos.
Meirelles disse ainda que a economia brasileira apresenta uma situação de "indubitável" melhora, cabendo ao governo trabalhar e aguardar que as agências de rating revisem a classificação do país. "Vamos deixar as agências de riscos fazerem o trabalho delas. Estamos fazendo o nosso e esperamos ser reconhecidos", disse em rápida entrevista coletiva ao final da audiência.
O presidente do Banco Central preferiu não fazer comentários sobre política monetária e também não confirmou as chances de nova elevação nos depósitos compulsórios para os bancos. "Não pré-anunciamos decisões de política monetária", afirmou, reiterando que a recente devolução de quase R$ 71 bilhões para os cofres do BC restabeleceu o compulsório a níveis próximos aos praticados antes da crise e que a medida está ligada apenas à liquidez do sistema financeiro.
Fonte: Valor Econômico / Fernando Travaglini, de Brasília
Colaboração de Azelma Rodrigues