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mantega2.jpgBrasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje, durante entrevista à imprensa, que não se pode falar em "ingerência política" no Banco do Brasil (BB). Ele lembrou que a União é a maior acionista da instituição. "Se o presidente pede demissão, temos que substituí-lo", afirmou. Segundo Mantega, os critérios utilizados para escolher o novo presidente foram os mesmos usados para a escolha do demissionário Antonio Francisco de Lima Neto: suas aptidões. "Se houve ingerência política, foi para o bem. O Banco do Brasil teve a maior lucratividade no ano passado, expandiu o crédito e tem uma carteira robusta", afirmou.

Segundo o ministro, o novo presidente do BB, Aldemir Bendine, tem características semelhantes as de Lima Neto, uma vez que ambos são funcionários de carreira na instituição. Ele reforçou que a saída de Lima Neto encerra um ciclo de expansão do BB e que caberá a Bendine fazer do BB uma instituição mais forte e com uma presença mais marcante. "É bobagem falar em ingerência política ou partidária. As minhas escolhas, não só no Banco do Brasil, se pautaram pelo profissionalismo e capacidade de gestão. Não pergunto se a pessoa tem partido", reforçou.

Responsabilidade

O ministro Guido Mantega afirmou que a nova gestão do BB continuará a ser pautada pelo principio da segurança e da responsabilidade, assim como foi feito pelo ex-presidente Antonio Francisco Lima Neto. Mantega destacou que durante a gestão de Lima Neto a inadimplência no Banco do Brasil foi reduzida pela metade daquela registrada pelo mercado. Ao mesmo tempo, segundo ele, o BB foi ousado em aumentar o volume de crédito sem descuidar da segurança e da responsabilidade.

O ministro disse que espera essa mesma postura do novo presidente, Aldemir Bendine. "Tem de ser tudo sincronizado. Fizemos muito e podemos fazer muito mais", afirmou.

Mantega anunciou que nos próximos dias será fechado um contrato de gestão pelo qual serão estabelecidas metas a serem cumpridas pelo BB. Ele afirmou que será um compromisso da diretoria aumentar o volume de credito e de novos correntistas e fazer concorrência aos outros bancos. "O BB vai disputar market share e, para isso, tem que continuar reduzindo os juros", explicou. Segundo o ministro, a instituição já vinha fazendo isso, e em várias modalidades de crédito tem as taxas mais baratas.

O ministro anunciou também que quer que o BB seja mais atuante na área de seguros. Segundo ele, a instituição está atrás de outros bancos nesse segmento.

Fonte: Agência Estado / Renata Veríssimo, Adriana Fernandes e Marcelo de Moraes