Crédito: Correio do Povo
Caminhada reuniu cerca de 30 mil e ocupou ruas do centro de Porto Alegre
Tradicional caminhada pelas ruas da capital gaúcha desde a primeira edição do FSM, em 2001, a marcha reuniu cerca de 30 mil manifestantes. Ele andaram pelas avenidas Borges de Medeiros e Ipiranga, por onde seguiram até o Anfiteatro Pôr-do-Sol, às margens do Rio Guaíba.
Diversidade
A marcha refletiu a diversidade dos debates que vão acontecer ao longo da semana, focados principalmente na crise econômica internacional e na preparação para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho.
Ambientalistas declaravam a morte das florestas brasileiras por causa das mudanças no Código Florestal. Caixões com mudas de plantas foram levados pelo grupo durante o trajeto. O diretor de Políticas Públicas da organização não governamental SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, disse que, diante da aprovação do texto pelo Congresso Nacional, a sociedade civil não pode se calar e deve cobrar o veto da presidenta Dilma Rousseff.
A diversidade também era visível na marcha, que contou com ativistas de movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes, ambientalistas, feministas, gays e comunidades alternativas. O som da música era tão eclético quanto o público. A seleção ia desde o fandango gaúcho a um samba-enredo puxado por uma central sindical.
O movimento sindical foi destaque. A CUT e outras centrais sindicais formaram blocos com caminhões de som para embalar a caminhada e dialogar com a população.
Bancários presentes
Os bancários também marcharam. Estiveram presentes dirigentes da Contraf-CUT, Fetrafi-RS e Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, dentre outras entidades. Eles aproveitaram para distribuir panfletos convidando para o lançamento do livro A Pirataria Tucana e debate com o autor, jornalista Amaury Ribeiro Jr, nesta quarta-feira, dia 25, às 16h, na Casa dos Bancários.
Outra atividade dos bancários em parceria com a CUT-RS é a oficina sobre a Regulamentação do Sistema Financeiro, com palestra da professora e economista da Unicamp, Maria Alejandra Dali. A atividade será realizada nesta sexta-feira, dia 27, às 14h, também na Casa dos Bancários.
"O FST é uma boa oportunidade para discutir com a sociedade a crise capitalista, apontar os efeitos perversos da privataria tucana e mostrar a importância da regulamentação do sistema financeiro", disse o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Protestos
A marcha também contou com a presença de lideranças políticas, como deputados estaduais e federais e representantes de vários partidos. Foi ainda um espaço oportuno para protestos e manifestações democráticas.
A desocupação, considerada pelos movimentos sociais violenta, da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), também foi lembrada pelos manifestantes na abertura do FST. O militante Manoel Fernandes ajudava a carregar uma imensa faixa de solidariedade aos moradores expulsos.
Adesivos com o slogan "Somos todos Pinheirinho" também fizeram sucesso entre os caminhantes. "A luta do Pinheirinho é uma luta da classe trabalhadora. É preciso ter repercussão nacional. Foram cometidos crimes contra o povo pobre que não tem onde morar. Queremos chamar a atenção para o quanto é difícil morar no Brasil", argumentou.
Professores gaúchos caminharam vestidos de preto, em protesto contra a política salarial do governo do estado. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, que se juntou à passeata em alguns trechos, disse que a manifestação dos docentes é corporativista, mas que faz parte da democracia.
Maratona de debates
Até domingo (29), mais de 1.000 atividades estão programadas para ocorrer em Porto Alegre e em três cidades da região metropolitana: Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo.
Fonte: Contraf-CUT com Correio do Povo e Agência Brasil