Entre as diretrizes gerais que o 10º CONCUT propôs para o SFN estão o controle social, a necessidade dos bancos direcionarem suas atividades para a alavancagem do desenvolvimento econômico e social, ofertando crédito amplo e barato e participando dos esforços do Estado para superar as desigualdades, o aprofundamento da valorização dos bancos públicos, a republicanização da gestão do Banco Central, a ampliação da composição do Conselho Monetário Nacional e a regulamentação do Art. 192 da Constituição Federal. Como se sabe, a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 192, determinou a regulamentação do SFN por Lei Complementar, mas até hoje essa tarefa republicana e democrática fundamental ainda não foi feita.
Os governos Lula contribuíram muito para iniciar a construção de novas relações democráticas entre Estado e sociedade civil, que aproximaram, de uma forma inédita, essas duas esferas, propiciando, sobretudo, que estratos sociais desfavorecidos da sociedade civil e os trabalhadores organizados pudessem incluir-se na participação republicana. As conferências nacionais foram um momento fundamental nesse processo de inclusão política. Realizar a Conferência Nacional do Sistema Financeiro será escalar um ponto alto dessa montanha republicana.
Marcus Ianoni é cientista político, professor e doutor em Ciências Sociais (PUC-SP)
Fonte: Contraf-CUT