Procurada na quarta (6), a assessoria de comunicação da instituição espanhola disse que não comentaria o assunto e reforçou declarações dadas por Botín nesta semana de que as operações do Santander no Brasil não estão à venda e que o país é "estratégico para o grupo".
O Banco do Brasil, também procurado para comentar a oferta, não quis se pronunciar.
Botín foi recebido por Dilma na terça, em audiência não prevista na agenda da presidente.
Ele havia conversado ao pé do ouvido com Dilma na segunda, no almoço no Itamaraty em homenagem ao rei da Espanha, Juan Carlos, em visita oficial ao país.
Segundo a Folha apurou, o governo brasileiro não concorda com a compra de ações do Santander pelo Banco do Brasil e já deu sinais de que não aprova a operação, que ocorreria em meio ao pessimismo internacional quanto ao futuro do sistema financeiro europeu.
De acordo com integrantes da equipe econômica do governo, o Brasil não teria como explicar uma injeção de dinheiro no Santander.
DIPLOMACIA
Apesar de a decisão de não fechar o negócio já ter sido tomada, a área técnica do Banco do Brasil ainda elaboraria uma explicação formal aos espanhóis, por razões diplomáticas.
O Brasil seria uma opção na busca do governo espanhol para resguardar seu sistema financeiro, já abalado pela crise europeia.
Na terça, a Espanha anunciou temer uma crise ainda maior e fez um apelo à Europa pelo resgate de seus bancos, a fim de evitar que os problemas se espalhassem por todo o sistema financeiro do país.
Fonte: Folha de S.Paulo / JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e NATUZA NERY