Caso o Congresso não prorrogue os cortes de impostos que o presidente Bush promoveu para as faixas mais elevadas de renda, um trabalhador que receba bonificação de US$ 1 milhão pagaria entre US$ 40 mil e US$ 50 mil a mais em tributos no ano que vem.
O Goldman Sachs é um dos bancos que estão discutindo a data de pagamento de bonificações, de acordo com três pessoas informadas sobre as discussões.
Os consultores de remuneração que assessoram todas as grandes companhias de Wall Street afirmam que quase todos os demais grandes bancos também consideraram essa possibilidade nas últimas semanas.
Os legisladores vêm trocando acusações, mas, depois das negociações do final de semana, parece provável que um acordo resulte em prorrogação dos benefícios para todas as faixas de renda.
SIGILO
Os pagamentos de bonificação costumam ser sigilosos; as empresas têm a obrigação de revelar a remuneração de seus principais executivos, mas não informam sobre o montante total de suas bonificações.
O momento de pagamento das bonificações também está sendo discutido em dezenas de empresas de capital aberto, além dos bancos.
As companhias de Wall Street pagam bilhões de dólares em bonificações a cada ano. Em um bom ano, os principais executivos podem receber dezenas de milhões de dólares em bonificações.
Mesmo os executivos de escalão médio muitas vezes faturam mais de US$ 250 mil ao ano e recebem a maior parte de sua remuneração na forma de bonificações.
Prorrogar os cortes de impostos para todos os norte-americanos com renda superior a US$ 250 mil anuais custaria US$ 40 bilhões em arrecadação ao país no ano que vem, de acordo com o Comitê Conjunto de Tributação.
No momento, a mais elevada alíquota de Imposto de Renda é de 35% e subiria a 39,6% caso os cortes de impostos expirem.
Alguns consultores de remuneração vêm ajudando seus clientes a desenvolver novos rótulos para seus pacotes de pagamentos, com o objetivo de inflamar menos as paixões do público.
Alguns bancos, por exemplo, estão considerando transferir pagamentos a outras categorias, como "incentivos de longo prazo".
Fonte: New York Times / Louise Story e Gretchen Morgenson