Organizada pelas centrais sindicais – entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) –, pelo movimento estudantil e trabalhadores sem-terra, a mobilização estendeu-se para outras 15 cidades brasileiras como Brasília, Florianópolis, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, João Pessoa, Belém e Aracajú e fez parte do Ato Internacional Unificado Contra a Crise, que uniu manifestantes nas três Américas.
Em São Paulo, o ato teve início na Avenida Paulista, em frente à Fiesp, de onde uma multidão seguiu em passeata pelo coração financeiro do país, com bandeiras, carros de som e palavras de ordem ecoando que os trabalhadores não devem pegar pela crise. O percurso que seguiu pelas Ruas da Consolação, Xavier de Toledo e foi encerrado na Praça Ramos de Azevedo.
A população acompanhou atenta das calçadas, escolas, prédios e construções as exposições dos líderes sindicais sobre os motivos do protesto e leu atentamente os panfletos que destacam as reivindicações pelo fim das demissões, por juros mais baixos e pela redução da jornada sem redução de salários e direitos.
IPI – Enquanto a manifestação seguia por um lado da Paulista, do outro lado o ministro da Fazenda, Guido Mantega, assinava, na matriz do Banco do Brasil, acordo de manutenção dos empregos no setor automotivo e prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
“Esta é uma demonstração de que é possível tomar medidas para aquecer a economia desde que atreladas a contrapartidas sociais. Reivindicamos o mesmo para o sistema financeiro: que as medidas que estão sendo estudadas para ampliar a circulação de crédito e redução do spread prevejam a manutenção dos empregos no ramo financeiro”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato. “A mobilização tende a crescer e ficar ainda mais forte até o 1º de maio, Dia Internacional do Trabalho”, destacou.
Outras medidas – O setor da construção civil também será beneficiado com isenção do IPI para cimento (antes de 4%), tintas e vernizes (antes de 5%), assim como para revestimentos não-refratários, entre outros itens básicos. O governo informou que vai reduzir, ainda, o Cofins para a aquisição de motocicletas e vai aumentar a carga tributária sobre a indústria tabagista para compensar os incentivos em outras áreas. “Vai encarecer o produto, mas é bom para a saúde daqueles que fumam. É melhor que eles sintam no bolso do que no pulmão. O aumento implicará em média 30% a mais no preço final do cigarro”, disse o ministro Mantega.
Fonte: SEEB – SP / Elisangela Cordeiro com Agência Brasil