Pela primeira vez na história, milhares de militantes marcham pela capital federal em direção ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apoiar o registro da candidatura do ex-presidente Lula à presidência da República, no fim da tarde desta quarta-feira (15).
Trabalhadores e trabalhadoras sem terra, sem teto e de dezenas de categorias profissionais estão em Brasília para acompanhar o protocolo de registro e deixar claro para os ministros dos tribunais superiores que Lula tem direito de ser candidato e o povo não aceitará manobras que impeçam a candidatura do presidente que, segundo eles, mais fez pela classe trabalhadora e pelos mais pobres deste País.
Entre os manifestantes estão políticos, artistas, juristas e sindicalistas do Brasil e do exterior, numa mobilização histórica em defesa da Justiça, da democracia e dos direitos de Lula.
Em carta enviada aos militantes, que será lida por Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Lula declarou que vai brigar até o fim.
Vários políticos, sindicalistas e autoridades que visitaram o ex-presidente, mantido como preso político na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde 7 de abril, saíram dizendo que a solidariedade e apoio popular dão forças e determinação a Lula para seguir lutando. E, hoje, não está sendo diferente em Brasília.
Na carta, o ex-presidente disse ainda que não quer favores da Justiça Eleitoral.
“Quero apenas os direitos que vêm sendo reconhecidos pelos tribunais há anos em favor de centenas de outros candidatos”.
Além das centenas de trabalhadores e trabalhadoras urbanos que chegaram à capital federal nesta quarta, de ônibus, de carro ou de avião, cerca de 5 mil camponeses do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Via Campesina, que caminharam 50 km desde o dia 10 de agosto, na Marcha Nacional Lula Livre, chegaram a Brasília na tarde de ontem para participar da mobilização.
Os petroleiros e petroleiras
Uma das categorias mais afetadas pelo golpe de 2016, que tinha por objetivo tirar o PT do poder e privatizar tudo que pudesse – estão em Brasília defendendo o direito de Lula ser candidato.
“Estamos aqui lutando pelo direito de Lula ser candidato a Presidente da República novamente, porque ele tirou mais de 30 milhões de pessoas da miséria e fez a Petrobras voltar a ser orgulho do Povo Brasileiro, sendo uma verdadeira locomotiva da economia brasileira que ajudou a gerar mais empregos, renda e a desenvolver a indústria, engenharia e tecnologia nacional”, justificou o dirigente do Sindipetro-BA, Deyvid Bacelar.