Em uma noite que celebrou a força da voz feminina quando ocupa espaços de poder construindo uma sociedade cada vez mais justa, o Sindicato dos Bancários da Paraíba recebeu a escritora, educadora, freira missionária e tradutora, Maria Valéria Rezende. O evento também contou com apresentações feitas por bancárias escritoras de suas obras, além do sorteio de livros entre as presentes.
A diretora da Secretaria de Mulheres, Danielle Freitas, ressaltou o objetivo do encontro. “Hoje, celebramos o 8 de março justamente reunindo mulheres que têm essa força como Maria Valéria Rezende para nos inspirarmos nelas e possamos assim exercitar nossa força em espaços de poder para compor uma sociedade mais justa”, disse.
Já a secretária de formação do Sindicato Magali Pontes destacou o papel que a mulher tem e teve na construção da sociedade, embora esse papel tenha sido muitas vezes invisibilizado. “Esse é um momento de empoderamento, principalmente porque a história de Maria Valéria Rezende não é só de escrever história, mas ela fez história durante toda sua vida como militante”, falou.
“Ainda na faculdade, passei a fazer parte da juventude católica que era de esquerda. Quando saí da clausura, em 1967, me formei e fui dar aula no Colégio Madre Alix, em São Paulo. A coisa começou a ficar feia e passamos a empregar companheiros na escola com outros nomes. As madres sabiam de tudo. Em 1968, quando deram o golpe, estava no Uruguai e não consegui voltar para casa. Passei três meses fazendo articulação pela América Latina, de paróquia em paróquia”, contou um pouco da sua vida como militante, Maria Valéria Rezende.
Para Maria Valéria Rezende, “a literatura é sempre sintomática do que está havendo na sociedade”. Por isso, ela acredita em uma sociedade que vem alcançando conquistas recentemente, como é possível ver com o maior número de mulheres se tornando escritoras. “Antes, as mulheres quando escreviam, se escreviam, era sob pseudônimos, ou escreviam e quem assinava era o marido. O que a gente vê hoje é que cada vez mais se publicam mulheres e mulheres de muita força. Isso é sintomático do momento em que estamos”, completou.
A secretaria geral do Sindicato Silvana Rodrigues, por sua vez, ressaltou o espaço do sindicato como possibilidade para dar a voz àqueles que estão invisíveis no dia a dia. “É no sindicato que podemos lutar pelos direitos dos que, nos bancos, estão exercendo seus trabalhos muitas vezes de maneira invisível e enfrentando absurdos”, disse.
rg