
Luiza lembrou que o nível de exclusão da população negra no Brasil é profundo e esteve presente durante a maior parte da história do país. Ela citou, por exemplo, que já foi possível ampliar a presença de negros nas escolas e universidades brasileiras, mas a diferença de anos de estudo entre negros e brancos permanece de dois anos.
"Isso diz que a gente vai ter que forçar muito mais ainda do ponto de vista de ações que permitam não apenas o acesso, mas a permanência delas lá", disse. "No que se refere ao trabalho, temos que fazer ainda muitas ações diferenciadas para que as pessoas negras possam participar do mercado de trabalho com mais vantagens", completou.
Sobre a implementação do Estatuto da Igualdade Racial, criado em 2010, a ministra avaliou que o fato de o Plano Plurianual 2012 contemplar 25 programas que tratam especificamente da questão racial dá a dimensão de como o assunto foi ampliado no Brasil. Há, segundo ela, um número expressivo de ministérios com compromissos definidos e recursos destinados para essa área.
"Não tenho dúvida de que o país tem se modificado ao longo do tempo em relação à questão racial. O Censo 2010, pela primeira vez, registrou uma população negra com mais de 50%. As pessoas negras perderam a vergonha ou o receio, um indicador muito forte da mudança social que temos experimentado", ressaltou.
Ainda de acordo com a ministra, foi criado um grupo de trabalho que inclui representantes de oito ministérios para fazer uma espécie de varredura e analisar onde faltam ações do governo na área de promoção da igualdade racial.
Fonte: Agência Brasil