Regulação de um lado, palavras duras de outro. Os bancos foram alvo ontem de um discurso feroz do ministro dos Negócios do Reino Unido, Vince Cable, que chamou banqueiros de especuladores e jogadores e afirmou que eles têm feito mais mal para a economia britânica do que líderes sindicais e suas fantasias trotskistas.

Cable disse também que o governo tomará medidas duras, se necessário, para, principalmente, acabar com os "bônus escandalosos pagos aos executivos às expensas do dinheiro do contribuinte".

O discurso foi feito no último dia da convenção do Partido Liberal Democrata, que compõe a coalizão com o Partido Conservador no governo britânico.

É um governo que pode ser catalogado como de centro-direita, mas o discurso mais parecia de um líder de esquerda. De brincadeira, Cable chamou as pessoas na plateia de camaradas, o que arrancou aplausos e risadas.

A reação foi imediata. Alguns executivos de bancos disseram, em entrevistas à BBC, que Cable usava uma linguagem imprópria para um ministro e que ele mais parecia querer acabar com os negócios no país, em vez de promovê-los.

Falaram ainda que podem deixar o país -maior centro financeiro europeu- se o governo endurecer com medidas regulatórias. Pareciam o então presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Mario Amato, que, em 1989, disse que os empresários deixariam o país se Lula ganhasse a eleição.

Fonte: Folha de São Paulo

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