Protagonistas da “reforma” trabalhista, que se tornou a Lei 13.467, o ex-ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira e o relator do projeto, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), não conseguiram se reeleger. Deputado pelo PTB gaúcho, Nogueira recebeu 62.119 votos, enquanto Marinho teve 59.961.

Empossado no Ministério do Trabalho em maio de 2016, Nogueira apresentou o projeto que chamou de “modernização” das relações trabalhistas. Ele deixou o cargo no final do ano passado para preparar sua campanha à reeleição.

A pasta ficou meses sem um titular, porque a escolhida por Michel Temer, a também deputada Cristiane Brasil, filha do presidente do PTB, Roberto Jefferson, não conseguiu assumir por impedimentos judiciais. Foi um caso inédito de “desnomeação”. O interino Helton Yomura foi efetivado e, posteriormente, afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de fraude. Em julho, foi nomeado Caio Vieira de Mello.

Em outubro de 2017, pouco antes de deixar o ministério, Nogueira, em audiência na Câmara, chegou a afirmar que a reforma permitiria a criação de 2 milhões de postos de trabalho nos próximos dois anos – até agora, nada permite avalizar essa projeção. Ele também falou de uma Medida Provisória do governo para “corrigir” alguns itens da lei. A MP chegou a ser enviada ao Congresso, mas nunca foi discutida e perdeu a validade.

Quando recebeu a relatoria, o deputado tucando Rogério Marinho multiplicou o número de artigos da CLT, desfigurando o texto original.

Nesta segunda-feira (8), Nogueira postou mensagem em rede social, dizendo ter “62.119 motivos” para agradecer. Já Marinho, com boa parte da campanha financiada por empresários, defensores da nova lei trabalhista, disse que “as reformas e a modernização de nosso País já começaram e precisam continuar”. Para completar, declarou apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno.