Morre aos 95 anos Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul

Ele liderou a luta pelo fim do regime de segregação racial, o apartheid

O líder sul-africano Nelson Mandela, 95, morreu nesta quinta-feira (5) em sua residência, em Johannesburgo, para onde havia sido levado no dia 1º de setembro após passar quase três meses internado para tratamento de uma infecção pulmonar.

“Esta nação perdeu um grande filho”, disse o atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma, em comunicado pela televisão.

A presidenta Dilma Rousseff afirmou que os brasileiros receberam consternados a notícia da morte do líder sul-africano. “Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história contemporânea – o fim do apartheid na África do Sul”, destacou.

Transmitindo aos parentes de Mandela e a todos os sul-africanos sentimento de “profundo pesar”, a presidenta disse que o governo e os brasileiros “se inclinam diante da memória de Nelson Mandela”. Para Dilma, “o exemplo deste grande líder guiará todos aqueles que lutam pela justiça social e pela paz no mundo”.

Herói africano

Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra a violência racial na África do Sul, Nelson Mandela – ou Madiba, como é chamado na sua terra natal – passou 27 anos preso e se tornou o primeiro presidente negro daquele país.

O ex-presidente vivia em Johannesburgo com a mulher Graça Machel, viúva de Samora Machel (1933-1986), ex-presidente moçambicano.

Mandela foi o maior símbolo de combate ao regime de segregação racial conhecido como apartheid, que foi oficializado em 1948 na África do Sul e negava aos negros (maioria da população), mestiços e asiáticos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos.

A luta contra a discriminação no país o levou a ficar 27 anos preso, acusado de traição, sabotagem e conspiração contra o governo em 1963. Condenado à prisão perpétua, Mandela foi libertado em 11 de fevereiro de 1990, aos 72 anos. Durante sua saída, o líder foi ovacionado por uma multidão que o aguardava do lado de fora do presídio.

Em 1993, Nelson Mandela recebeu o prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o regime do apartheid. Na ocasião, ele dividiu o prêmio com Frederik de Klerk, ex-presidente da África do Sul que iniciou o término do regime segregacionista e o libertou da prisão.

Um ano depois, em 1994, Mandela foi eleito presidente da África do Sul, após a convocação das primeiras eleições democráticas multirraciais no país. Sua vitória pôs fim a três séculos e meio de dominação da minoria branca na nação africana.

Ao tomar posse, o líder negro adotou um tom de reconciliação e superação das diferenças. Um exemplo disso foi a realização da Copa Mundial de Rúgbi, em 1995, no país. O esporte era uma herança do período colonial e, por isso, boicotado pelos negros, por representar o governo dos brancos.

Nos dois anos seguintes, a Constituição definitiva e o processo de transição foram concluídos. Entre os anos de 1996 e 1998, o arcebispo Desmond Tutu liderou a Comissão de Verdade e Reconciliação para apurar crimes cometidos durante o apartheid, e foram abertos processos judiciais para pagamentos de indenizações às vítimas do regime.

Mandela deixou a presidência em 1999 e passou a se dedicar a campanhas para diminuir os casos de Aids na África do Sul, emprestando seu prestígio para arrecadar fundos para o combate à doença.

Em 2004, aos 85 anos, ele anunciou que se retiraria da vida pública para passar mais tempo com a família e os amigos. Já aos 92 anos, o líder sul-africano dificilmente participava de qualquer tipo de evento, devido à saúde frágil.

Durante a Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, Mandela compareceu apenas ao encerramento da Copa, devido à morte de sua bisneta Zenani Mandela, em um acidente de carro logo depois da festa de abertura.

Solidariedade

A Contraf-CUT manifesta sentimentos de dor e solidariedade aos companheiros da COSATU, entidade sindical que representa os bancários da África do Sul e importante parceira da CUT, bem como a todos os trabalhadores e ao povo sul-africano.

“Perdemos um grande estadista, que pode ser comparado a Ghandi e Martin Luther King. A luta de Mandela será um exemplo permanente para o mundo”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Mário Raia.


Fonte: Contraf-CUT com UOL e Agência Brasil

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