A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) convocou para o próximo dia 31 de maio, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, uma assembleia das 28 entidades que a integram, com a participação de dois mil representantes de todo o país.

Delegações de inúmeros estados da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Marcha Mundial das Mulheres já confirmaram presença, inclusive com vários ônibus de estados distantes, como o Ceará e o Pará. O evento antecede a Assembleia da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, que ocorre no dia 1º de junho, no Estádio do Pacaembu.

Para ultimar os preparativos, dirigentes da Comissão Operativa Nacional da CMS estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira (21) na sede nacional da CUT em São Paulo, e debateram o esboço do documento que trará cinco eixos temáticos: "Soberania Nacional", "Desenvolvimento", "Democracia", "Mais Direitos ao Povo" e "Solidariedade". Entre outros pontos, terão prioridade a valorização do mundo do trabalho; a defesa do pré-sal 100% para o povo brasileiro; a universalização da internet banda larga, com o fortalecimento do papel da Telebrás; a democratização da comunicação, com o combate aos monopólios privados e o fim das patentes de remédios.

Conforme o diretor da CUT, Antonio Carlos Spis, será debatida e aprovada na assembleia a plataforma política do movimento social brasileiro para as eleições 2010, que será apresentada ao conjunto da sociedade e incluirá a pauta de reivindicações dessas entidades aos candidatos a presidente e aos demais cargos eletivos.

"A assembleia dos movimentos sociais e populares é estratégica para aprofundarmos o debate político e ideológico sobre o papel do Estado nacional e sua tarefa de indutor de um desenvolvimento com qualidade e com inclusão social, de combate às inúmeras e perversas desigualdades existentes", declarou Spis.

"Precisamos olhar com atenção e preocupação para as legiões que ainda se encontram na informalidade, sem emprego e sem direito, muitas vezes tratados como lixo humano. Pessoas, como nós, que passam a ser invisibilizadas até por pesquisadores, já que não possuem sequer uma porta para alguém bater, abrir e ser entrevistadas", acrescentou.

Spis lembra que as propostas a serem apresentadas como "pauta unificada" visa qualificar a intervenção no processo de embate de projetos sem se deixar absorver pela lógica eleitoral, apostando no crescimento da mobilização popular para respaldar as medidas propostas de combate ao neoliberalismo e às suas concepções privatistas e excludentes.

Durante o Fórum Social Mundial – 10 anos, em Porto Alegre e no Fórum Social Temático de Salvador, no início do ano, a CMS realizou assembleias que apontaram o desafio de apresentar um "Projeto Popular para o Brasil". "Agora é hora de materializar aquele compromisso", sublinhou.

Conforme Edson França, da Unegro (União de Negros pela Igualdade), a assembleia da CMS será um marco histórico na luta do povo brasileiro que exige a ampliação das políticas públicas para jovens de periferia e para as comunidades indígenas e quilombolas, a aprovação do estatuto da igualdade racial, e o fim do extermínio da juventude negra, o principal alvo do preconceito.

Para a secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, a chiadeira das teles estrangeiras contra o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que fez da Telebrás a executora do sistema de universalização dos serviços, com investimentos de R$ 13,2 bilhões, visando atingir mais de 40 mil domicílios com internet rápida até 2014, "estampa o tipo de resistências e contrariedades que teremos de enfrentar".

"O fortalecimento da ação pública e a ampliação do papel do Estado nesta área estratégica do desenvolvimento nacional foi uma resposta à inação dos monopólios privados que parasitam o setor, limitando-se a praticar a extorsão sobre uma pequena parcela da população. Na assembleia a CMS vai expor as suas bandeiras e definirá ações para respaldá-las’, acrescentou.

Na avaliação de Rosane, "ao trazer para o centro do debate a questão da democratização da comunicação e colocar em xeque a ação manipuladora e desinformativa dos monopólios de mídia, a CMS eleva, qualifica e populariza o debate, que os jornalões e as principais emissoras de rádio e televisão procuram esconder, posicionando-se cada vez mais como partido da direita, da reação, de entrave a qualquer avanço".

Fonte: CUT

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