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Dia Nacional de paralisações está marcado para 10 de junho - Contraf-CUT

Dia Nacional de paralisações está marcado para 10 de junho

Comitê Nacional lançou a campanha “Se é público, é para todos”, com a participação do ex-presidente Lula – Na noite dessa segunda-feira (6), o palco da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, recebeu lideranças de movimentos sociais e sindicais para o lançamento da campanha “Se é público, é para todos”, do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, que conta com diversas entidades, entre elas a Contraf-CUT.

Convidado especial do evento, o ex-presidente Lula se emocionou durante seu discurso ao lembrar da defesa que fez dos direitos da população mais pobre em seu governo, utilizando justamente as estatais. “No dia que um hospital particular atender pobre, no dia que um empresário oferecer energia barata para o povo, aí eu vou deixar de investir na coisa pública. Somente o Estado é capaz de levar na casa do pobre aquilo que empresário nunca levou e nunca vai levar. Somente o Estado pode fazer justiça nesse país, um Estado democrático”, afirmou.

O ex-presidente criticou o governo interino em exercício no Brasil. “O Temer acaba de dar um golpe, mas não na Dilma. Ele deu um golpe na decisão que o Senado tomou. O Senado apenas o colocou como presidente interino. Ele não tinha o direito de fazer o que ele fez. Ele cortou até o almoço da Dilma. Amanhã nós vamos comer ‘marmitex’. Mas eles não vão impedir que a gente ande por esse país fazendo as denúncias que temos que fazer.”

altO presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, falou da importância do encontro, com diversas lideranças e entidades, diante do que classificou de “dias horríveis, que estamos vivendo” e fez duras críticas a Temer. “Um governo golpista e ilegítimo, sem voto, sem apoio popular, tenta governar com um programa inacreditavelmente lesivo ao povo trabalhador, que colecionou conquistas ao longo de muitos anos de luta”.

Roberto ainda destacou a resistência dos trabalhadores e a construção de uma agenda comum entre aos diversos ramos.  “Várias categorias que têm empresas e serviços públicos sob ameaça narram a sua luta, as suas defesas e a sua mobilização. Os trabalhadores unificam suas agendas e constroem o dia nacional de paralisações (10 de junho)  rumo à greve geral. Vamos defender juntos o que é público, pois o que é público é de todos. Bancario, só a luta te garante!”, afirmou o presidente da Contraf-CUT.

“Volta, querida”

Entre os gritos de “Fora, Temer”, repetidos à exaustão durante todo o dia na Fundição Progresso, surgiram, diversas vezes, o pedido: “volta, querida”, em referência a um possível retorno da presidenta Dilma Rousseff (PT) ao poder. O desejo foi reforçado pelo presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

“A única forma que temos de defender as empresas públicas, é derrotarmos o golpe que se impôs nesse País. Somente assim vamos trazer de volta a presidenta Dilma e garantir a soberania nacional”, afirmou Freitas, que convocou a militância para a grande manifestação popular convocada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

“Cada companheiro e companheira que esteja indignado com esse golpe tem que cruzar os braços no dia 10 de junho, nós vamos parar o Brasil e derrotar o Michel Temer”, finalizou Vagner.

Ainda durante o evento, falou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel, defendeu a manutenção da Petrobrás como empresa pública.

“Quando que um empresário vai abrir mão de 60% de seu lucro para investir no Brasil? O petróleo é nosso e não vamos ceder. Os petroleiros irão resistir”, afirmou o petroleiro.

Durante a tarde, antes do encontro principal do dia, também na Fundição Progresso, houve uma mesa de debate que reuniu a filósofa Márcia Tiburi, o cientista político Emir Sader e a deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB-RJ).

Márcia Tiburi contextualizou o conceito de “público” e lembrou que o atual governo não preza nem em sua equipe pela ideia de “público”. “Se nós, mulheres, não estamos presentes com nossos corpos e ideias nos espaços de poder, então esse espaço não é ‘público’ e nos silencia.”

Já Emir Sader alertou para os riscos corridos pelos bancos públicos. “O Temer quer fechar 400 agências da Caixa. Alguém aqui acredita que o Bradesco ou o Itaú vão financiar moradia para pobres?”, perguntou o cientista político.

Fonte: Contraf-CUT com CUT