Trabalho de bancário sendo realizado por terceirizados, falta de condições de trabalho e outras situações já constatadas pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo na empresa Scor, terceirizada que presta serviços para o Santander, puderam ser conferidas também por auditores do Ministério Público do Trabalho durante fiscalização no último dia 22 de julho.

Na fiscalização, verificou-se que bancários e terceirizados trabalham lado a lado, desempenhando as mesmas atividades, tipicamente bancárias, no entanto, retratando realidades bastante diferentes entre os trabalhadores.

Segundo relato de um bancário, isso também o incomoda: “saber que um companheiro não tem os mesmo direitos e condições de trabalho gera desconforto no ambiente”.

A situação a que estão submetidos os cerca de 500 funcionários da terceirizada, localizada na Rua Pedro Vicente, na Armênia, já foi denunciada diversas vezes pelo Sindicato e retrata uma das maiores ameaças já conhecida aos direitos conquistados pelos trabalhadores: o Projeto de Lei 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), e relatado na Comissão de Constituição de Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara por Artur Maia (PMDB-BA).

A intenção do PL 4330 é regulamentar a prática da terceirização fraudulenta no país. “Traduzindo, quer dizer colocar mais trabalhadores na situação desses funcionários da Scor, sem condições de trabalho, realizando a função de um bancário, mas sem ganhar nada do que ganha um trabalhador da categoria bancária”, ressalta a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.

Segundo a dirigente sindical, após essa fiscalização do MPT, o Sindicato espera uma decisão favorável aos trabalhadores da Scor. “Queremos que, após constatadas tantas irregularidades, esses funcionários sejam enquadrados como bancários.”

Sobre o PL 4330, a luta é para a derrubada do projeto. “Os autores desse projeto são empresários, não representam a classe trabalhadora. Mas, com certeza ouvirão nossa voz no dia 6 de agosto. Vamos aumentar a pressão pela derrubada do PL, vamos até o Congresso protestar e a categoria bancária está unida para não permitir essa precarização de direitos conquistados”, destaca Raquel.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo