Movimento se une com trabalhadores(as) da cidade em 130 locais no combate à fome e contra o projeto de morte negacionista do governo

Durante este 1º de maio, famílias de agricultores(as) Sem Terra se mobilizaram do campo à cidade, em ações de luta e em luto pelas mais de 400 mil vidas ceifadas pela falta de gestão pública da pandemia no país. Em conjunto com partidos políticos progressistas, sindicatos, Organizações Não-Governamentais (ONGs) e movimentos sociais da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Devido à pandemia, mais uma vez, os protestos que iniciam as jornadas de lutas de maio – agitados pelas classes trabalhadoras foram diferentes de outros anos. Porém, a emergência das manifestações e ações de solidariedade se propagou em 130 locais de 18 estados brasileiros com ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em conjunto com trabalhadores(as) do campo popular.

Abril, o mês mais letal

A vida de milhares de pessoas poderia ter sido poupada com um pacto federativo de enfrentamento da Covid-19. Por isso, os atos de protesto denunciaram a responsabilidade do governo federal pelo caos provocado pela pandemia. Apontado como a pior gestão pública da pandemia pelo Lowy Institute, o Brasil encerrou este último mês com mais de 82 mil mortes. Sendo abril o mês mais letal desde 2020, com 7 dos 10 dias com mais mortes por Covid-19.

E, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), outros 125 milhões de pessoas estão padecendo pela fome – em dados coletados no final de 2020. Salientando a perspectiva que em 2021 esses números devem ser ainda mais graves, devido à falta de políticas contra a fome e auxílio emergencial insuficiente para a aquisição de alimentos.

Quem tem fome, tem pressa

A jornada de lutas de maio se iniciou com mobilizações e doações de 124 toneladas de alimentos pelo MST. Além de 1.000 cestas básicas, 2.020 marmitas, 300 máscaras, 250 litros de leite, centenas de botijões e “Gás à Preço Justo”. Atos simbólicos, mutirões, ocupações, plenárias, trabalho voluntário e plantio também fizeram parte das atividades. Em 2020, o MST doou 4 mil toneladas de alimentos e 700 mil marmitas. Este ano, já ultrapassou mais de 300 toneladas de alimentos doados, 3 mil cestas, além de mais de 180 mil marmitas solidárias.

Danieli Cazarotto, da Direção Estadual do MST/RS, reforça que quem tem fome tem pressa. E durante ato solidário de protesto feito neste 1º de maio, falou da necessidade urgente da construção de políticas públicas para enfrentar a pandemia. Considerando também, a urgência de fomentar a agricultura familiar e sua produção de alimentos saudáveis no combate à fome.

“Hoje estamos doando mais de 58 toneladas de alimentos aqui no Rio Grande do Sul e no país esse número é muito maior. Sabemos que ainda é insuficiente e que ainda as pessoas vão continuar passando fome. Mas, nossa meta é que no decorrer dos meses a gente também consiga manter esse apoio e essa solidariedade com quem mais precisa e quem mais está sentindo na pele as dores desta pandemia e as dores da fome que volta a assolar nosso país”, apontoi Danieli.

Sindicato solidário

A campanha desenvolvida pelo MST se alinha a outras como a Campanha Sindicato Solidário, realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A Contraf-CUT e as federações regionais estão incrementando ações para fazer da campanha um ponto de apoio para sindicatos e entidades sociais engajadas na assistência à parcela mais carente da população.

Para ter acesso à lista de entidades que participam da campanha, clique aqui.

Fonte: Contraf-CUT, com informações da assessoria do MST / Foto: Vctória Álvares