Os caixas executivos falaram de suas experiências com a implantação do novo modelo e apontaram as dificuldades enfrentadas por quem sai de casa todos os dias sem saber onde vai trabalhar. Além da incerteza – que gera instabilidade, insegurança e aumenta o nível do estresse – o caixa ainda arca com as despesas de deslocamento/estacionamento, por vezes trabalhando em mais de uma unidade do banco em uma única jornada.
Para atender determinadas unidades, funcionários são deslocados de outras que necessitam também de sua atuação. Inclusive, há relatos de que não está sendo nem respeitada a pausa legal de 10 minutos a cada hora trabalhada, por conta da grande demanda por atendimento.
Para Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, isso é uma prova de que o modelo adotado não supre as necessidades do Banco, que é de mão de obra para o atendimento. “A troca de prefixo pura e simples, ante o aumento da demanda, não resolveu nada… Em vez de gastar dinheiro com a implantação de modelos mirabolantes, a direção do BB deveria ter priorizado a contratação dos aprovados nos concursos para suprir os claros existentes nas unidades do Banco”, avaliou.
O dirigente sindical criticou os representantes do BB, que não cumpriram as promessas feitas na reunião do início de maio, na sede do Sindicato, de que haveria contratação de funcionários e o modelo de PSO iria agregar qualidade de vida e oportunidades para os envolvidos no processo. “Como prevíamos, na prática ocorreu justamente o contrário: aumentou a demanda, a sobrecarga de trabalho, a prática do assédio moral e o adoecimento dos bancários” elencou.
A PSO está sendo implantada aqui na Paraíba com discriminação, ameaças e perseguições que deixam os funcionários vulneráveis e submetidos a ataques absurdos, como esse impropério proferido por um gestor: “Aqui, caixa não adoece. Se adoecer, eu mando matar; pois tem muito funcionário do interior querendo vir para a capital!”
O presidente Marcos Henriques adiantou que a diretoria do Sindicato, além de continuar as avaliações da PSO, vai solicitar dos órgãos competentes a fiscalização das condições de trabalho no Banco do Brasil e promover campanhas de esclarecimento à sociedade sobre o direito a um atendimento de qualidade. “A diretoria de um banco público não pode se dar ao luxo de cometer equívocos que tragam prejuízos para a sociedade e o seu corpo funcional. Por isso, vamos continuar insistindo na contratação pessoal e respeito aos usuários, clientes e bancários”, concluiu.
Fonte: SEEB – PB