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Seeb Pará Em pouco mais de 4 horas de debates, a terceira mesa de negociação entre Sindicato dos Bancários do Pará, Contraf-CUT, Fetec-CUT-CN e Banco da Amazônia chegou ao fim, nesta quinta-feira (17), e com muito ainda para avançar. Porém, o Banco da Amazônia confirmou que no próximo dia 29, às 9 horas, apresentará proposta global às entidades.

“É importante destacarmos que todo esse debate que é feito na mesa ajuda a ratificar as demandas da categoria apresentadas na minuta e destacar os pontos que são relevantes para os trabalhadores. Esperamos que o banco atenda às pautas apresentadas pelas entidades e avance em novas conquistas para os empregados do Banco da Amazônia”, ressalta a presidenta do Sindicato e diretora da Contraf-CUT, Rosalina Amorim.

Antes de começar de fato o debate do dia, as entidades sindicais retomaram temas pendentes da rodada anterior e relacionados ao tema ‘Saúde e Condições de Trabalho’, que são:

Medição e adequação das condições ambientais de trabalho: A categoria quer medição e adequação obrigatória dos índices de ruídos, luminosidade, temperatura, unidade e demais condições ambientais de trabalho, a cada 3 (três) meses, de acordo com a Norma Regulamentadora nº 15, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Ironicamente, representantes das entidades sindicais ouviram fortes ruídos que vinham do segundo andar da matriz do banco, onde ocorrem as rodadas de negociação, e que passa por uma obra. Além do barulho, há denúncias de que a poeira também tem prejudicado os bancários de andares próximos e causado transtornos aos clientes e usuários.

O banco disse que iria acionar o setor competente para então poder se manifestar quanto às denúncias. Ainda segundo o banco, esse retorno às entidades deve ocorrer ainda hoje.

Já em relação ao artigo 48 da minuta de reivindicações, o Banco da Amazônia informou que por se tratar de uma portaria do MTE, o que conta no texto do artigo deve ser cumprido pelo banco. As entidades então pediram que a empresa comprove o cumprimento do artigo, já que os ruídos vindos das obras no segundo andar contrariam o que diz a portaria do Ministério.

Ponto eletrônico: As entidades ressaltaram que o assunto já faz parte de uma mesa permanente de negociação com o banco, onde ainda é discutida a questão dos 15 minutos. O Banco da Amazônia reiterou que cumpre exatamente o que determina a sentença judicial, onde os recém-admitidos não são contemplados. Contudo, os representantes dos empregados reivindicam que o intervalo de 15 minutos seja igual para todos, ou seja, gozado dentro da jornada de trabalho, garantindo assim a isonomia para os novos bancários. Por conta desse e de outros impasses, a homologação e assinatura de um acordo específico do ponto eletrônico ainda não ocorreu.

Gratificação por pós-graduação: O banco disse que outras instituições financeiras não concedem esse tipo de gratificação aos seus empregados, mas que a consultoria que está sendo desenvolvida pela Gestão de Pessoas estuda um tipo de benefício parecido, mas nada ainda de concreto pode ser dito sobre o assunto.

Extensão do Vale-Cultura: O banco alegou que, por causa do limite orçamentário, o benefício não pode ser estendido. As entidades então pediram que o banco avalie uma outra forma de conceder o benefício de uma forma gradual.

Extensão do programa Ver-o-Peso: O banco deu a mesma resposta que foi apresentada para o pedido de extensão do Vale-Cultura.

Abono atividade física: Por causa do limite orçamentário, o banco negou o pedido.

Período de amamentação: Os empregados pedem que o benefício seja concedido até que dure o período de lactação da mãe. O Banco da Amazônia disse que vai avaliar.

‘Igualdade de Oportunidades’ e ‘Remuneração’

O banco informou logo de início que para a ‘Remuneração’ não teria nenhum posicionamento concreto, mas que ouviria as entidades, pois espera a Fenaban apresentar o seu índice. Além disso, representantes do Banco da Amazônia e dos demais bancos federais se reunirão com o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest), provavelmente na próxima semana, para tratar desse assunto. Mesmo assim, houve debate.

Confira o resumo da terceira rodada de negociação:

PCCR: O Banco da Amazônia alegou que o PCCR está sendo desenvolvido pela consultoria através da ‘Gestão de Pessoas’ e que o andamento do processo vem sendo apresentado às entidades.

“As entidades sindicais, reiteradas vezes, têm dito que o modelo de PCCR vigente no banco não contempla a categoria, e que o debate e construção do novo plano devem ser desenvolvidos em uma comissão composta por representantes dos trabalhadores e da empresa. Porém, o que se percebe é que o banco vem apresentando certa resistência quanto ao pedido de paridade, o que inaceitável, considerando que outros bancos respeitam a paridade, a exemplo da Caixa, Banpará e BNB”, pondera o vice-presidente da Fetec-CUT-CN, diretor do Sindicato e empregado do banco, Sérgio Trindade.

O banco informou que vai levar para a diretoria novamente o pedido e dar um posicionamento.

Salário do substituto: O banco disse que, por liminar da justiça, o salário do substituto está sendo aplicado dentro do que foi reivindicado. As entidades ponderaram que isso ocorre apenas nos casos que estão sub judice, e que, portanto, tal decisão administrativa do banco seja revogada. A instituição financeira disse que vai avaliar e dar um retorno.

Gratificação semestral: Banco informou que vai manter o que é aplicado atualmente e que não tem condições de ampliar a gratificação.

Isenção de tarifas e juros: O banco se comprometeu a analisar a demanda para poder dar uma resposta.

“Nos demais bancos não há cobrança de tarifas para empregados, e as entidades sindicais entendem que é um benefício justo, uma vez que são esses empregados que contribuem, principalmente, para os lucros dos bancos”, defende o secretário de organização da Contraf-CUT, Carlindo Abelha.

Financiamento de veículos e imóveis para os funcionários: O banco ficou de apresentar uma posição na próxima reunião já que foi dado início a um estudo a respeito do assunto, mas ainda não foi concluído.

Tíquete natalício e tíquete “Ciriana”: A instituição financeira mais uma vez alegou que não há orçamento disponível para o tíquete natalício, e que a “Ciriana” seria inviável por se tratar de um banco nacional, enquanto que a festa religiosa é local.

Diante da negativa, o Sindicato sugeriu que o banco estendesse uma 13ª cesta cheia, que abrange o tíquete refeição e alimentação, que inclusive chegou a ser cogitado pelo banco, mas não foi adiante. O banco disse que vai reavaliar a 13ª cesta cheia e dar uma resposta.

Ouvidoria interna: Sobre o assunto o banco informou que já estaria em processo de finalização a criação de uma estrutura de atendimento, estilo call center e terceirizado. O atendimento será da seguinte forma: a primeira área vai tratar de responder as dúvidas e dar orientações, enquanto a outra deve analisar as denúncias. O canal de atendimento será através de serviço terceirizado.

As entidades criticaram duramente a terceirização do serviço, principalmente por se tratar de assuntos internos e relevantes do banco, mesmo assim a Comissão de Negociação do Banco da Amazônia manteve a decisão.

Representaram os bancários na reunião de hoje, além de Rosalina Amorim, Sérgio Trindade e Carlindo Abelha, o diretor da Fetec-CUT/CN, Ronaldo Fernandes e o assessor jurídico do Sindicato, Luiz Fernando Galiza.

Pelo Banco da Amazônia estavam o coordenador da Comissão e gerente executivo da Gesop, Francisco Moura, as gerentes executivas Bruna Carla Paraense (Gepes), Ana Paula Bulhões Leal (Gecor) e ainda a secretaria da Comissão, Maria José Amaral.

Fonte: Seeb Pará